Quando estive estes três dias (24,25 e 26) na aldeia do Brejo dos Padres, vivenciei uma bela natureza, acolhimento, simplicidade, crenças, cultura e tradições.
Deparava-me com uma linda juventude que leva no rosto e principalmente em seu olhar a sua identidade indígena, são jovens participativos e dinâmicos em seus jogos (campeonatos Pankararu), no toré, na bica da Camila, no artesanato, na cultura, em índios online (projeto Thydewá)…
Encantava-me ao olhar as crianças brincando, curtindo uma liberdade e certamente felizes por terem na escola uma educação adequada a sua realidade local.
Admirava as histórias e ações dos anciãos, estes aptos a repassar os seus saberes e tradição Pankararu para a nova geração.
E tive o maior de todos os prazeres, que foi prestigiar o ritual dos “Passos” (imitando os animais) dançado pelos Praiás ; Isso sem falar no “Queima” ritual realizado por casais que levam nas costas galhos de cansanção (planta cujos espinhos provocam ardência, irritação e até sangramento) o ritmo da dança é o toré com passos que vem e vai, cabendo aos pares desviar-se da perigosa planta. E rituais como esses, são mais uma prova do espírito guerreiro e tradicional dos Pankararus, que lutam para perpetuar a sua cultura ,que por nós, deve ser respeitada.
E o mais apaixonante de tudo isso é que a natureza local acompanha a cultura Pankararu, neste mês de fevereiro mesmo, as cigarras cantam constantemente avisando aos Pankararus a “ Corrida: os festejos e rituais”.
Posso assegurar a você que esta lendo essa matéria, que me senti em casa e estou muito grata ao carinho e acolhimento dos meus parentes Pankararus. Será impossível e proibido para mim esquecer : os parentes, o banho na bica da Camila, o queima, os passos, os umbus, pinhas, as serras, as árvores, o pé na terra, o toré que pisei e o principal a força espiritual que ali ganhei.

MUITO OBRIGADA MEUS PARENTES PANKARARUS!!!
(Nita Tuxá)