Eu, Paulo Titiar, sou uns dos Professores de cultura do nosso colégio Indígena Caramuru. Venho atuando com um grupo de crianças de 6 a 10 anos e a minha função é ensinar para elas que a nossa cultura é importantíssima e que devemos praticá-la, mantendo-a viva. A cada aula ensino algo diferente. Neste dia de aula, fizemos artesanato de barro: confeccionamos potes, panelas e animais.

Como estas crianças são menores e por às vezes o clima estar frio, elas ainda não estão preparadas para lutarem com o barro da terra. Eu, Paulo, faço um tipo de material misturando o barro e farinha da mandioca – com essa mistura fabricamos alguns objetos, como bonequinhos, panelas, jarras, moringas, cabanas, etc. Com as sementes das frutas formamos tintas para colorir os nossos trabalhos, assim, as crianças percebem que somos capazes de produzir as nossas tintas para ilustrar os nossos trabalhos, pintar as nossas tangas e nosso corpo quando estamos apresentando o nosso ritual.

Todo esse trabalho está mostrando a coordenação motora de cada um dos alunos. Sabemos que com a civilização do mundo alguém pode pensar que não tem utilidade nenhuma essa forma de educação, mas para nós é de suma importância, pois é uma forma de aprender a valorizar a nossa cultura e uma forma de desenvolvimento artístico, habilidade no trabalho com barro, madeira, sementes, e outros mais.


Tudo isso para nós tem um maior valor porque são lições dos nossos antepassados que nós aprendemos e passamos para nossas crianças para fortalecer nosso ritual e a cultura.

Esta entrevista partiu de Yonana com o Professor Paulo Titiar.

yonana.indiosonline@gmail.com