O Povo Tupinambá de Olivença continuam aguardando a boa vontade daqueles responsáveis em cumprir às medidas cabíveis no processo de demarcação do nosso território Sagrado. Esforços vêm sendo feito pelas lideranças legítimas Tupinambá, junto à FUNAI para que se cumpra o que reza o Art. 231, da CF/88, que compete a União demarcar, proteger e fazer respeitar.

É relevante o território para que nele possamos ter o direito de viver com dignidade e liberdade cultural. Precisamos urgentemente impedir mais ações de depredação promovida por fazendeiros, empreendedores dos setores de turismo, imobiliário e madeireiro e exploradores de areal, bem como a ação de caçadores predadores.
Chamamos atenção de todas às Nações Indígenas, e da sociedade brasileira e internacional para juntarem-se a nós: os ambientalistas, ecologistas, e todos aqueles, que sabem da importância do território para os Povos Indígenas.
Estamos situados, no sul da Bahia, espalhados em quatro municípios circunvizinhos: Ilhéus, Una, Buerarema, e São José da Vitória, no pouco que ainda resta da Mata Atlântica.
Constantemente, vemos ser retirados de nossa Mata caminhões levando madeiras, ou em forma de toras, tábuas, ou estacas, práticas realizadas na calada da noite, denúncias vem sendo feitas ao IBAMA, MPF, no sentido de impedir, e nenhuma providência é tomada.
Somos impedidos de banhar-nos em rios, lagoas, transitar livremente, pescar, construir nossas casas, e, no entanto eles continuam espoliando e poluindo nosso solo, e nossas águas.

Somos mais de 6.000, indivíduos entre crianças, jovens, adultos, e os nossos anciões, que há muito vêm sofrendo com os descasos e desmandos. A alegação do Estado, é que para termos direito ás políticas de auto sustentação no sentido de melhoria de qualidade de vida, é preciso à legitimidade do nosso território (demarcação e homologação). A desnutrição e inanição estão matando membros da comunidade, assim como a falta de assistência médica e hospitalar inadequada. A educação também, sofre alegações, que para sermos assistidos devidamente, necessitamos da legitimidade do nosso território, não basta apenas sermos reconhecidos oficialmente pelo governo federal.

Yakuy Tupinambá
E.mail:yakuy@indiosonline.org.br