Toré são cantos sagrados que desenvolve nos índios o amor, a união e a força para sustentar sua cultura, envolvendo as artes da natureza, dos animais e plantas, o vento, a terra, o fogo e as águas. O Toré é puxado por um mestre de canto e os outros índios respondem, no momento necessitado. O Toré é celebração, um ritual de integração entre os sentimentos indígenas e a Mãe Natureza, buscando a conexão com a energia divina.

As danças são feitas em círculo, geralmente ao redor de uma fogueira que é a forma da oração coletiva, por momentos de mãos dadas e por outros soltos. O Toré é uma das formas básicas que mantém viva a cultura, como uma chama. Quando cantado as pessoas reavivam sua chama interior, unificando seus espíritos em um só. Une homens e mulheres, crianças e idosos, formando o equilíbrio de sustentação de um corpo coletivo: a tribo.

Os cantos são infinitos, estão sempre se criando novos, guiados pelas inspiração. A partir do som da Maraca os índios revivem seus ancestrais.

A Xanduca (cachimbo com tabaco), que é a forma de oração individual, solta as fumaças levando os agradecimentos e os pedidos.

Muitos Torés hoje são cantados em idioma nativo e também em português. Os índios foram proibidos de falar sua língua e para sobreviver deixaram de ensiná-la a seus filhos.