Por: Guarauna  Tupinambá

As razoes que envolvem os pequenos na luta são as mesmas realidades vividas entre os que realmente sofrem.  Os delinquentes continuam acobertando exploradores, usando pessoas no aeroporto para insultar a todos de característica indígenas.

Sabemos das palhaçadas que autores da opressão impõem a seus representantes há fazer perante a sociedade. Nosso povo jamais irá se preocupar com os que manipulam a quem não tem consciência. A sociedade não pode si deixar enganar por quem não tem escrúpulos ao seguir nus provocado, como tem acontecido nos últimos dias no aeroporto Jorge Amado com alguns de nossos parentes que foram acompanhar o embarque de uma outra parente e foram insultados e provocados com palavras de alto calão e atitudes preconceituosas.

Leia as testemunhas de nossos parentes:

katú Tupinamba diz:

“veja o que aconteceu, nao temos nem mais direito de levar os parentes para embarcar. neste domingo fui levar a parente colombiana para o aeroporto eu Case, Nicolau e Vilma, chegando la fomos cercado pelos manifestantes e comecaram a apitar perto de nos. no momento ficamos muito aprensivo pensando que eles iriam nos bater, um deles tomou a frente de Case e Case pediu licenca e ele nao deu, case entao deu um empurrao nele, com isso eles comecaram a nos provocar de todos os modos, tiraram fotos nossas, e ficavam nos rodiando apitando bem alto perto de nos. comecaram a nos apontar nos xingando, case nao estava tendo paciencia e discutiu com o mesmo cara e ele chamou case para a briga, eu o Nicolau seguramos case e pedimos para ele ter calma. mesmo assim continuaram nos provocando nos tirando do serio, eu pensei, so nao quero que toque em mim, senao nao vai dar nada que preste. esperamos a Cone embarcar, depois na saida fizeram um corredor para nos passar, fiquei muito aprensivo de novo, engracado que neste momento nao vi um policial no aeroporto, se eles resolvesse nos atacar nao sei nao.
entao, mais uma vez estamos sem seguranca para viajar. vamos abrir a boca e pedir respeito pq estao fazendo de tudo para se criar uma guerra”.

Vilma diz:

“Foi terrível essa situação Katu. Nunca esteve tão discriminada como hoje. Só por ter a cor da terra, porque sou indígena. Os agressores usaram a provocação para conseguir nossa resposta e atuar contra nós. Logo dizer que nós somos os criminosos, os terroristas. É insólito que aqueles “protestantes” podem fazer de todo e ninguém os questiona. Mas se fossemos nós indígenas protestando por nossos direitos no aeroporto, já estaríamos batidos, na cadeia ou mortos. Cá como em todo o mundo, a lei e os privilégios são para os donos do poder que manipulam a seu favor. O mais indignante é que usam aos mesmos pobres em escravidão para brigar por os supostos direitos do seu patrão. A guerra que eles promovem é de pobre contra pobre. Sento lástima daqueles que hoje atuaram em nossa contra. É gente manipulada que ignora O MODELO ECONÓMICO TRANSNACIONAL que domina ao mundo; desconhecem os problemas estruturais e a guerra que conseguiu a concentração de terra em poucas mãos; e negam a luta legitima dos indígenas. Tomara que possam pensar um pouquinho e virem toda a forca e o rechaço que estão tendo em Ilhéus contra nós, para exigir ao governo uma solução política e econômica que respeite os direitos de todas e todos”.

Casé diz:

“POR FAVOR DIVULGUEM …

Hoje (19/08/2012) eu (Carlos José – Casé), Cony (índia do povo Nasa- Colômbia), Vilma (índia do povo Nasa- Colômbia ) Nicolau Tupinambá, Katu Tupinambá no Aeroporto de Ilhéus fomos insultados e nosso direito de transitarmos violado por pessoas que paravam em nossa frente e/ou nos agrediam (apitando ou insultando). O nosso direito de andar por sermos indígenas não nos foi permitido. Manifestamos nossa indignação porque em nenhum momento as “autoridades” nos auxiliaram diante das claras agressões que sofríamos. Fui chamado mesmo para brigar fora do aeroporto por um dos agressores porque olhei nos olhos de um deles para perceber a razão de tanto ódio contra nos que somos índios. Nem a segurança do aeroporto e a polícia nos atenderam. Todos fizeram vistas grossas aos insultos que sofríamos. Fomos fotografados por aquelas pessoas que nos odiavam.

Até conversei com uma delas para explicar que a “luta” dela não é contra o índio e sim por seus “direitos” junto a “justiça federal”. Confesso que, após as fotos tiradas sem autorização e as agressões, sinto-me intranquilo para que novas agressões não ocorram.

Os índios não são bandidos. Lutamos pelas terras tradicionais. Porém, no aeroporto de Ilhéus somos tratados como criminosos e provocados sem qualquer intervenção das autoridades.

Porém, isto não diminui nossa luta e sim a fortalece..

Pela demarcação das terras Tupinambá o mais rápido possível.”

Carlos José Ferreira dos Santos

Professor da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC e, acima de tudo, Indígena