Dias atrás foi comemorado o dia do Índio, mas será que os índios brasileiros TÊM REALMENTE ALGO QUE COMEMORAR?

Deveríamos aproveitar esse mês para refletirmos sobre a real situação dos povos indígenas no Brasil, e tentar buscar soluções. No acampamento Terra Livre que ocorrerá no início de maio devemos refletir sobre isto:

É preciso mais do nunca garantir a nós povos indígenas, o direito sobre as terras que ocupamos , promovendo a identificação, demarcação, regularização, desintrusão, registro e fiscalização das mesmas, assegurando-lhes a posse e o usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades nela existentes.

O que se percebe é que a má vontade das autoridades brasileiras, a política indigenista partenalista, a ambição econômica das elites brasileiras, somada à falta de solidariedade humana têm sufocado as populações indígenas, levando-nos a retomar por conta e risco próprios o que de fato nos pertence. Muitos argumentam que tem muita terra para pouco índio. Precisamos ter em mente, que antes dos invasores portugueses chegarem, nós indígenas ocupávamos TODAS as terras.

Dia 22 se comemorou o “descorimento” do Brasil. O Brasil não foi descoberto foi invadido. O que hoje chamamos Brasil era uma terra habitada por mais de 5 milhões de indígenas. Hoje estima-se que somos 460 mil índios distribuidos em 225 etnias. Milhares de Índios morreram, foram massacrados pelos invasores. Várias etnias foram dizimadas. Nós indígenas não temos o que comemorar. Ainda hoje, 5009 anos após a invasão do Brasil, nós indígenas, nativos desta terra continuamos sendo perseguidos, massacratos e discriminados.

A dívida do Estado Brasileiro com as populações indígenas é impagável, pois teria que nos devolver quase a totalidade do território Brasileiro. Sendo isto inviável, o Estado Brasileiro tem o dever de desenvolver uma política indigenista eficaz, com políticas públicas sérias, que conscientize a sociedade como o todo da importância indígena e de nossa diversidade cultural, devendo encaminhar política e administrativamente alternativas capazes de desenvolver uma política indigenista justa, capaz de nos devolver a dignidade que tanto merecemos.

Potyra Tê Tupinambá