A base da economia Pankararu é a agricultura e a comercialização do que é produzido, sendo complementada por alguma atividade artesanal ou de transformação.

Toda a produção é fruto do trabalho do núcleo familiar, inclusive de crianças, e ao contrário de outros grupos, não se ouviram notícias de “índios sem terra”. No entanto, há casos raros de índios que, por conta da idade avançada ou pela ausência de filhos, não tem roça. Foram encontrados alguns velhos em estado de quase indigência, sobrevivendo de algum trabalho artesanal, como cestos feitos de cipó, ou de favores de outras famílias.
No grupo indígena Pankararu, o feijão, o milho, o andu, a mandioca e o algodão são lavouras principais, além de uma variedade de frutas como caju, pinha, banana, goiaba e coco. Estas aparecem mais concentradas nos pés de serra, enquanto os roçados estão espalhados por toda a área que, embora relativamente pequena, apresenta paisagens distintas por conta da topografia. Planta-se nas vargens, em áreas planas e menos freqüentemente, nas encostas das serras, com uma produção mais condicionada ao regime de chuvas no Sertão do que pela qualidade de terra.
As vargens são apenas faixas estreitas de terra de pequena expressão se consideradas as necessidades de toda a população. Elas são drenadas por vários olhos-d’água que, embora perenes, diminuem consideravelmente de vazão durante o verão. São nestas áreas de brejo que se concentra uma grande quantidade de fruteiras e também roçados de lavoura e uma variedade de plantações que inclui a cana-de-açúcar.
Os produtos agrícolas, obtidos a partir de uma tecnologia rudimentar, indicam que a introdução de técnicas agrícolas mais sofisticadas aumentaria a produção.
Os Pankararu dispõem de várias fontes d’água, um bem particularmente inestimável no Sertão. No entanto, as fontes existentes na reserva – no Brejo dos Padres e na Tapera – correm livremente sem qualquer forma de represento ou de uso mais racional.
O trabalho da terra é atividade predominantemente masculina e ocupação principal do chefe da família, havendo, entretanto, participação da mulher e filhos nas épocas de plantio e colheita.
O artesanato Pankararu emprega, quase que exclusivamente, mão de obra feminina na feitura de abanos, cestos, bolsas (cipó) , vassouras, mantas e potes de barro. O trabalho das mulheres envolve a coleta, o tratamento e uso de cipós, de palha do ouricuri e da fibra do caroá, materiais básicos usados no artesanato.

A situação econômica dos Pankararu tem reflexos significativos na renda familiar com desníveis as vezes marcantes. Estes desníveis são bem evidentes a partir principalmente das moradias. Todas seguem o padrão da habitação nordestina popular . Em geral as casas não dispõem de banheiros ou sanitários. Para o asseio corporal, a população serve-se das fontes ou dos raros reservados de palha no quintal. Apesar das precárias condições de higiene, não foram notados problemas de saúde na comunidade, além de verminoses e doenças que são tratadas a base de ervas medicinais ou pelo serviço de enfermagem do Posto da FUNAI.
Em relação a educação escolar, a área é dotada de escolas de alvenaria com professores índios contratados pela FUNAI e pelas Prefeituras, atendendo as crianças de 1ª a 4ª série. Após concluírem o 1º grau menor os estudantes se deslocam para as sedes dos municípios para dar continuidade aos estudos.

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