Os índios Pankararu, aproveitam as chuvas dos meses de maio, junho e julho para fazerem suas plantações de milho, feijão de corda e feijão de arranque (carioca), como forma de sua alta sustentabilidade ao decorrer de um ano. Pois o resultado desse plantio não é comercializado, resulta na própria alimentação das famílias Pankararu. E também mostra o lado solidário do povo Pankararu, pois a família que não dispõem de recurso para sua plantação, ou por outro motivo como praga na lavoura, e não conseguem ter um resultado positivo na colheita, são presenteados pelos bem sucedidos em suas colheitas, com feijão e milho, assim garantindo a alimentação de todos. Isso é uma forma de união que já vem de varia gerações, e também tem a troca de serviços, como hoje uma família ajuda a outra família em sua lavoura, e em outro dia a família que foi ajudada, ajuda quem o ajudou, e assim segue uma tradição milenar Pankararu.

Mas também tem um problema, esse ano nosso grande pai Santsé está sendo muito generoso com a chuva, e desde maio que chove sem param, e se não estiar logo, pode estragar toda a lavoura que já está plantada, e não tem como bater o feijão, pois precisa de sol para ser feito isso. Isso é só um problema que pode acontecer, mas o povo Pankararu acredita muito em uma estiagem breve, e que suas colheitas esse ano vai ser uma das, mas bem sucedidas de todos os tempos, e que terão um ano farto, com muito milho e feijão nas mesas de toda a comunidade.
E com grande fé em nosso pai Santsé, a festa da bata de feijão esse ano vai ser garantida, e de muitos e muitos anos pela frente também, e por isso temos que saudar sempre nossa grande mãe Natureza, que nos da à terra, a água e o sol, pois esses elementos são essenciais para a sobrevivência da raça humana.

Alexandre Pankararu
e-mail: alex@indiosonline.org.br