A esperança de term11863277_1646252615617185_8062757701194923758_nos nosso direito territorial reconhecido após a publicação do estudo para demarcação no diário oficial da União no final de julho, deu lugar ao medo e temor constante. Estamos sendo vítimas de agressões verbais, físicas, constrangimentos diariamente, e principalmente sentindo um completo abandono dos órgãos do Estado que tem o dever de garantir a ordem e a paz.

Após várias ameaças verbais realizadas pelo filho de uma pretensa proprietária de uma área dentro do território e de outro cidadão também suposto dono de propriedade, na noite do dia 10 de agosto de 2015 homens encapuzados invadiram a aldeia, realizaram tiros e queimaram uma das nossas ocas mais caprichadas, preparada para receber visitas e comercializar nosso artesanato no verão. Após este primeiro atentado, fomos duas vezes ao município do Prado e não conseguimos atendimento e providencias por parte da Polícia Civil.

  Então Agressores continuam a atacar as lideranças indígenas sem intimidação, onde um grupo de Lideranças da aldeia Cahy voltavam de uma reunião na aldeia Mukujé quando por volta das 19h30 tiros foram disparados das margens da estrada no último dia 7, feriado da Independência,  na estrada que dá acesso à aldeia Cahy, no veículo estavam o cacique da comunidade, além de outros três Pataxó.

ApKombiós a ocorrência e a impunidade, os agressores se sentem cada vez mais à vontade, passando a ofender sistematicamente os indígenas nas estradas, independente de idade e gênero. Até que no dia 23 de setembro, pistoleiros fecham a estrada, obrigam crianças e jovens a descer sob tiros, e ateiam fogo no veículo escolar. De novo, apesar da gravidade da ocorrência, a delegada do Prado não tomou nenhuma providência. Para obter apenas um boletim de ocorrência é uma enorme dificuldade.

Ainda fomos informados pelo proprietário da empresa que realiza o transporte escolar que ele foi ameaçado a parar este atendimento. Segundo o mesmo a delegada do Prado recomendou ao mesmo esclarecer, junto ao Sindicato Rural, que a empresa não tem relação com as invasões dos índios, que é apenas um prestador de serviço. O motorista relata estar sendo constantemente seguido e intimidado. Após o atentado as aulas foram suspensas.

Após tanta negação a nossa nação que esta apenas lutando por seus direitos, receberam a informação que nossos direitos estão sendo negados,  o próprio ICMBio apresentou a empresa de transporte escolar que circula com nossos alunos uma notificação do órgão determinando a Suspensão da circulação de veículos escolar no interior da área do Parque do Descobrimento onde moram a maioria dos nossos alunos. O ICMBio  impedir o funcionamento das escolas que estão na área em sobreposição com o Parque Nacional. O ICMBio quer impedir a educação das nossas crianças.

Para piorar a situação,Constantes matérias de rádio e jornais fomentam o ódio e a divisão, como o vereador Paulo Monte que nos denomina bandidos. Trata-se de racismo, uma vez que ele acusa genericamente um grupo que age para garantir seus direitos constitucionais.

Assim como um comentário brutalmente racista do Vereador Paulo Monte em site das redes sociais.

Já o vereador Paulo Monte, disse que “é preciso avaliar a diferença entre os dois grupos indígenas: os trabalhadores e os bandidos. Este último é que deve ser combatido, pois chegam às propriedades invadindo, depredando e tomando conta de áreas produtoras e ainda realizando armações”, afirma.ttp://noticias.primeirojornal.com.br/2015/09/produtores-e-proprietario…

Em audiência no Ministério Público em Teixeira de Freitas, tivemos a oportunidade de apresentar alguns fatos da nossa realidade, motivando uma ação civil pública para que a FUNAI cumpra o prazo de 180 dias para concluir o procedimento demarcatório, e ao mesmo tempo solicita a suspensão das liminares de reintegração de posses. Neste caso, nossa expectativa é que esta suspensão seja atendida, assim como foi a decisão do STF, em caso similar ao nosso com os Tupinambás.

No momento estamos aguardando os resultados obtidos da 1ª Conferência de Política Indigenista realizada no período de 6 a 8 do mês de outubro de 2015 e as ações movidas por o Ministério Publico Federal e FUNAI.