Escrito por Casé

 

Neste domingo (07/04/2013) ocorreu mais uma importante ação de retomada feita pelo povo Tupinambá de Olivença. A área retomada era para funcionar um hotel de luxo denominado como Fazenda da Lagoa. O hotel estava irregular por encontrar-se dentro da “Reserva da Vida Silvestre de Una, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral”.

 

Segundo as informações divulgadas pela Agência Brasil (veja link abaixo): A área embargada abriga dois dos 14 bangalôs do empreendimento. De acordo com Nascimento, o Ibama multou a Garça Azul Empreendimentos Turísticos e Imobiliários, empresa responsável pelo, em R$ 90 mil: R$ 40 mil por destruir a vegetação nativa de uma área de proteção ambiental e de um trecho de 300 metros de praia pertencente à faixa de marinha; e mais R$ 50 mil por funcionar sem licença ambiental.  (…) A área embargada é pequena se comparada ao tamanho total do empreendimento, que, entre outras coisas, oferece aos seus hóspedes ‘7 quilômetros de praia privativa’, conforme consta do site do hotel, instalado onde funcionava uma fazenda de coco e dendê, na cidade de Una, a cerca de 40 quilômetros de Ilhéus, em região turística que concentra vários hotéis de luxo.” Entre os sócios do empreendimento encontra-se o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

 

Parte da mídia contrária a demarcação do território Tupinambá e a luta pelos direitos dos povos indígenas classificou a retomada como uma “invasão de supostos índios”. Porém, as informações que apresentamos acima e as que seguem no link abaixo da Agência Brasil não foram divulgadas.

 

Os que realizaram a retomada não são supostos índios. Da mesma forma, não foi uma invasão. O que ocorreu domingo foi um ato de retomada feito por Tupinambá guerreiros que desejam pressa no julgamento do relatório da FUNAI (publicado em 2009) que demarcar o território indígena na região. Além disso, a retomada protege a natureza local ameaçada pelo empreendimento. Ou seja, a retomada foi um ato também contra mais um crime ambiental que estava ocorrendo, impedindo a privatização de mais uma praia no sul da Bahia.

 

Como fica claro nas palavras de Cacique Val: a retomada que ocorreu em Una (município vizinho à Olivença/Ilhéus/Bahia) foi legitima por garantir a preservação da natureza, agilizar o julgamento do processo de demarcação territorial Tupinambá e impedir a privatização da praia.

 

Por isto índios e não índios possuem razões para apoiar a ação e saudar os guerreiros e guerreiras Tupinambá que lutam por ser território, pela preservação da natureza, contra as privatizações e por direitos.

 

“Devolvam nossas terras

Nossas terras nos pertencem”

(Canção Tupinambá)

 

Awere!

Para os parentes guerreiros e guerreiras Tupinambá …

 

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-08/hotel-ocupado-por-indios-esta-parcialmente-embargado-pelo-ibama-desde-2005