Posto indígena caramuru Catarina Paraguaçu- Pau Brasil – Bahia
2 de dezembro de 2005.

Aos representantes de entidades, imprensa falada e escrita e parlamentares e em geral toda sociedade.
Nós comunidade estamos pedindo a toda entidade órgão de imprensa que vejam a nossa luta cheia de sofrimento que todos vocês nos olhem acreditando que somos índios que lutamos para defendermos a nossa pátria.
Nós comunidades das aldeias: Caramuru do município de Pau Brasil, Bareta no município de Itaju do Colônia , Panelão no município de Camacan, representamos uma população de aproximadamente 3200(três mil duzentos índios). Vimos manifestar a nossa grande preocupação no que se refere à ação de nulidade de titulo numero 312-1 BA, questão que já rola a 24 (vinte e quatro) anos no Supremo Tribunal Federal sem uma solução definitiva queremos dizer que a demarcação e desintrusão de todas as terras indígenas da Bahia são importantíssimas para todos nós por que nós indígenas vimos passando por varias humilhações e abandono no que diz respeito a nossos direitos como saúde, educação e os nossos direitos originários da nossa MÃE TERRA.
No nosso entendimento esse problema se tornou responsabilidade de todos nós.
O mundo inteiro sabe que a nossa terra Pataxó Hãhãhãe é uma área tradicional de todos nós povos indígenas e também e do conhecimento de todos, que tem acompanhado a trajetória nesses 24 anos saber que todas as provas e os requisitos solicitados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foram feitos entre estes a perícia de reavivamento das divisas com intensificação dos piquetes e todos os vestígios históricos que comprovam a tradicionalidade do nosso território e que no nosso entendimento as leis dos brancos não foram feitas para demarcar terras indígenas, mas sim para legalizar, por isso definimos em assembléia que nós povos indígenas Pataxó Hãhãhãe, não vamos aceitar em hipótese alguma reduzir a nossa terra uma vez que nosso território já passou por duas reduções, comprometendo assim o futuro de nossas gerações.
Pedimos socorro com urgência, pois o nosso objetivo é lutar pela nossa mãe terra, pois ela é a nossa vida e a nossa paz até quando o nosso povo tem que morrer?
Por que a justiça não faz justiça e sim só o consideram nós como invasores de terra?
Se o Supremo Tribunal Federal optar por essa trajetória será o genocídio total, não só para os atuais como também para as futuras gerações, por que a nossa luta é para requerer os 54.100 (cinqüenta e quatro mil e cem) hectares rios indígenas deixando seqüelas irreparáveis na vida de nosso povo.
Nesse cenário dantesco. Difícil é destacar os casos mais cruéis. Entre tanto nesta tentativa, citamos o que a justiça vem propondo para todos nós indígenas dando eliminar favorável aos fazendeiros sendo que estes são os próprios invasores de nossas terras e nós é que somos chamados de invasores. Estamos enfrentando uma grande perseguição por razoes de estarmos reconquistando aquilo que é de direito nosso.
Estamos com 40 dias em uma área que da qual nos pertence e até o momento a Funai não tomou nenhuma providencia para estes indígenas que estão lá passando fome com todas as crianças, mulheres, jovens e velhos e o que a Funai nos ofereceu foi 2 sacas de farinha e 25 quilo de arroz.
Nossa reivindicação: que os companheiros e companheiras destas instituições parceiras dos povos indígenas se unam com nós índios, como se fosse uma força tarefa para fazer gestão junto ao STF para que os mesmo resolvam definitivamente a Ação de Nulidade Titulo de nossa terra há 24 anos.
Caros companheiros (as), conscientes do compromisso destes órgãos com a causa dos povos indígenas, quero antecipar pela a atenção e agradecer desde já por mais este apoio.

Anteciosamente Mayá Pataxó Hãhãhãe

Custe o que custar, pois já temos muito sangue derramado e não entanto estamos sendo considerados como bois de corte.
A morosidade da justiça e a impunidade revelam uma cronologia de terror, que nos últimos anos tomou proporções alarmantes custando à vida de 17 parentes.