Caros companheiros, amigos e colaboradores da causa indígena, a Aldeia Bahetá fica há 540 km de Salvador no Sul da Bahia, nossa comunidade é composta de 52 famílias sendo que 16 moram nas aldeias Bahetá I e II, essas famílias vivem basicamente da agricultura familiar e da pesca artesanal.

      A Aldeia Bahetá é considerada por todos s Pataxó Hã Hã Hãe como Aldeia Mãe, pois foi aqui que em 1910 o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) instalou a primeira sede para assim agrupar os índios ( BAHETÁ, ÕHAK, TXITXIAH, NATICO, TXITXIAKA, MIMIKI, KENTÃO…) que por eles foram “capturados”. Antes aqui tudo era riqueza, o rio Colônia era caudaloso de água doce, tínhamos muita mata peixes e caças, hoje tudo se acabou, não temos mais essas riquezas naturais. Caros parentes são lamentáveis as situações que a Comunidade Indígena da Aldeia Bahetá vive só não hoje, mas há muitos anos atrás.


      Moramos em um terreno bastante seco, região de caatinga, onde todos os anos sofrem uma seca que assola toda região, tornando assim muito difícil a pratica da agricultura, mas mesmo assim produzimos o básico para nossa sustentação. Mas o nosso maior sofrimento é por falta de água com qualidade para o consumo, ou seja, o rio Colônia é a fonte de abastecimento de onde tiramos água para beber, cozinhar, tomar banho e lavar, essa água antes era doce, mas hoje é uma água de forte concentração de sódio que além de deixar a água salobre também fica com gosto forte de metal, ou seja, gosto forte de ferrugem. Então é simples que muitas crianças e adultos tenha diariamente diarréia, verminose e doenças de pele.
      O Rio Colônia nasce no Povoado de São José, Distrito de Itororó, cidade que fica há uns 580 km de distancia de Salvador, além de Itororó, o Colônia banha as cidades de Rio do Meio e Firmino Alves, alem de muitas fazendas que soltam seus dejetos sobre as águas da qual consumimos sem nenhum tratamento. Mas o impressionante disso tudo é que a comunidade da Aldeia Bahetá juntamente com o cacique e lideranças já fizeram vários pedidos de socorro, denuncias e campanhas em busca de uma solução por parte do órgão que sempre recebeu dinheiro publico para sanar nosso problema de água e nunca se importaram com a situação vivida pelas nossas crianças, jovens, adultos e anciões.
      Desde 2007 que foi liberado ao DSEI/ 150 mil reais para encanar água da embasa de Itaju do Colônia para a Aldeia Bahetá que chega a medir uma distancia de 1 km de distancia do tubo de canalização até ao local de distribuição de água na aldeia. Esse problema foi relatado nas reuniões do Conselho Local de Saúde do Pólo – Base de Ilhéus e Conselho Distrital de Saúde Indígena – CONDISI/BAHIA, mas infelizmente nunca foi de importância daqueles que gerenciam o dinheiro publico que é destinado à saúde indígena para resolver tais problemas que para muitos é só mais um caso, mas para quem vive essa realidade é mais que um martírio.
      Fica uma pergunta... Nossas reivindicações foram varias vezes documentadas e entregas ao Órgão que era responsável pela saúde indígena, e agora depois que saiu a FUNASA e entrou a SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA? Pois pelo que consta a Instituição só mudou de nome e o pessoal que ganham pra fazer e nada fazem continuam os mesmos, há não ser que haja alguém novato com caráter social e humano para resolver o nosso problema, pois não estamos pedindo favor a ninguém, só queremos que os nossos direitos sejam respeitados e que o dinheiro público seja aplicado com responsabilidade e fiscalização onde for de ser aplicado, estamos sem água, pois a bomba que abastece as familias da Aldeia Bahetá apresentou um problema técnico e encontra se no Pólo – Base de Ilhéus e até hoje ninguém solucionou o problema.
      O coordenador da CTL de Itororó senhor Jovanildo Vieira dos Santos esteve aqui na Aldeia Bahetá e presenciou a árdua rotina que temos em nossa Aldeia, pois para quem não tem costume com a água daqui, no momento que toma dela, sente vontade de fazer vomito, contudo o gosto da água é terrível, é como se você tivesse bebendo água com ferrugem, misturado com sal.
      Caros, parentes e companheiros não estamos contando mais uma história de nosso povo, isso é um pedido de socorro! E quem tiver condições de nos ajudar a cobrar em favor dos nossos direitos iremos agradecer pela colaboração, pois não suportamos mais ver os nossos direitos sendo violado, sofrimento todos nós sabemos que existem em todo lugar , mas o nosso já virou ato de indignação para a comunidade local