Nome do projeto: O ARCO DIGITAL
Diagnóstico da situação a ser transformada:
Mais de 95% dos índios brasileiros vivem a baixo da linha de pobreza e sem perspectivas de melhorias.
Os índios têm quase todos os recordes dos menores índices de Desenvolvimento Humano do Brasil.
Os indígenas vivem excluídos dos poderes políticos e da tomada de decisões; tutelados e isolados.
Os territórios indígenas da região nordestina receberam o abuso de agrotóxicos e monocultivos, foram vítimas de contaminação, desflorestamento, salinização e outros muitos problemas que deixaram as terras quase improdutivas.
Estimamos que maioria da população indígena não tem o ciclo básico de estudos e que muitos são analfabetos. São poucos os de índios com nível superior de ensino; sem existir ainda uma prática que facilite seus ingressos e permanência nas Universidades.
Os índios vivem pressionados constantemente a esquecer suas tradições, os indígenas brasileiros vivem hoje perdidos entre sua sabedoria ancestral desvalorizada e um sistema ocidental de saúde não preventivo e assistencialista que os marginaliza, sendo muitas vezes vítimas de epidemias.
Os índios em sua maioria desconhecem o significado de ser cidadãos brasileiros e dos direitos que eles têm. A corrupção se aproveita desta falta para perpetuar a triste realidade indígena.
Para mudar esse grande quadro de violências, a informação, a comunicação e a educação são chaves primordiais.
Para construirmos junto aos indígenas melhores condições de vida, desejamos incentivá-los para sua participação ativa e co-responsável para protagonizar suas próprias transformações.
Contexto:
Em abril de 2004, sete nações indígenas do nordeste brasileiro: Pankararu (PE), Xucuru-Kariri, Kariri-Xocó (AL), Tumbalalá, Kiriri, Tupinambá e Pataxó Hahahae (BA) fizeram uma aliança de estudo e trabalho coordenada pela ONG THYDEWAS. Ligados também pela Internet, com um único computador em cada uma de suas aldeias, com uma antena de conexão via satélite, os índios “re-inventavam” a REDE.
Pela primeira vez, índios de comunidades distantes se encontravam num Chat para dialogar sobre seus interesses… Intercambiar idéias, experiências… Se apoiar… Pesquisam e projetam suas culturas publicando suas matérias no portal. Abrem espaços para divulgar suas visões com o objetivo de serem mais respeitados… Dialogam com os internautas promovendo a paz…
www.indiosonline.org.br
Atualmente esse programa recebe através do “Pontos de Cultura Viva” do MinC financiamento para desenvolver as dimensões Cultural, Educativa e Cidadã.
Em agosto de 2006 através do programa NOVOS BRASIS do Instituto Telemar, THYDEWAS abre uma nova dimensão à rede: A Educação a Distancia. Em setembro de 2006 estabelecemos parceria para este projeto com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Lançado oficialmente no 3º ENCONTRO DA REDE INDIOS ON-LINE, nos dias 25,26 e 27 de setembro em Tupinambá – BA., com a audácia criativa de Nhenety Kariri-Xocó, o projeto passa a se chamar: O ARCO DIGITAL
O projeto vem sendo construído em parceria com docentes e discentes da UFBA, com o apoio especial do Diretor da Faculdade de Ciência da Educação: Nelson Pretto e a doutora em Ciências da Computação: Débora Abdalla, orientando uma equipe estável.
Descrição do projeto:
O ARCO DIGITAL é um Curso livre para índias e índios, que tendo acesso a Internet e vontade de atuar para transformar conscientemente suas comunidades, decidem participar de um grupo para se fortalecer.
Trocar idéias e refletir sobre o Desenvolvimento, a Cidadania e as Tecnologias de Informação e Comunicação; bem como, compartilhar experiências, práticas e saberes são nosso objetivo.
Parte das realidades indígenas com o diálogo como forma de construir coletivamente o conhecimento e interagir para a transformação, no qual os índios são protagonistas responsáveis de escolher os rumos para suas comunidades.
O ARCO DIGITAL está estruturado para realiza-se integramente à distância. É composto de quatro ciclos, formados por OFICINAS. Cada OFICINA equivale aproximadamente a um número de 80 horas/mês. Cada índio poderá optar pelo numero de OFICINAS que desejar. Transversalmente, existe como foco o fortalecimento para com autonomia os índios planejar, elaborar e executar suas próprias ações e seus próprios projetos.
Serão ofertadas OFICINAS equivalentes a 640 horas.
As OFICINAS integram três tipos de atividades:
a) Trabalho de campo: Observação, pesquisa e experimentação, geralmente cada índio fará isso na sua própria comunidade, podendo também investigar através do pensamento ou nos espaços virtuais.
b) Construção de idéias: On-line na intranet do portal www.indiosonline.org.br cada participante compartilha o resultado de suas pesquisas, exercícios e idéias com os outros participantes. Cada índio escolhe seus momentos para navegar, ler e escrever, havendo um compromisso mínimo de realizar uma publicação por semana.
C) On-line ao vivo: Haverá Chats, palestras com diálogo, debates, um lugar e tempo comum de ENCONTRO. Cada OFICINA terá um mínimo de duas horas “ao vivo” por semana. Havendo muitas vezes horários alternativos para a escolha dos cursantes.
A quem se destina o curso?
O curso é destinado a índias e índios de todas as nações indígenas brasileiras, jovens (mínimo de 16 anos) e adultos que sejam participativos, que saibam ler e escrever e que tenham conhecimentos básicos de informática e a possibilidade mínima de 10 horas por semana de Internet. Índias e índios que queiram se fortalecer na suas capacidades de projetar o desenvolvimento de suas comunidades e no exercício da cidadania.
O objetivo do curso é que os índios participantes possam elaborar, captar e executar suas próprias ações e seus próprios projetos. Serão abordados temas como: Cidadania, Direitos Fundamentais, Direitos Humanos, Direitos Constitucionais Indígenas, A Importância da Informação e a Comunicação, O Uso das Novas Tecnologias, Autonomia, Sustentabilidade, Agricultura familiar, Associativismo e Cooperativismo, Comércio Solidário, Agroecologia, Como escrever projetos e viabilizá-los, etc.
O curso é gratuito e seus participantes NÃO receberão ajuda de custos.
Para receber o certificado, os índios precisarão ter participado ativamente de pelo menos 320 horas de estudo e trabalho e ter colaborado na construção de um novo projeto que vise o desenvolvimento da sua própria nação.
Cronograma:
26 de outubro a 10 de novembro: INSCRIÇÃO.
20 de Novembro a 20 de Dezembro: 1º ciclo de Oficinas.
08 de Janeiro a 09 de Fevereiro: 2º Ciclo de Oficinas.
05 de Março a 05 de Abril: 3º Ciclo de Oficinas.
23 de Abril a 24 de maio: 4º ciclo de Oficinas.
01 a 21 de junho: 5º Encaminhamento de projetos.
10 a 25 julho: Avaliação e Certificação.
Avaliação: Processual e compartilhada por todos os participantes dentro do portal.
Livro:
Em forma coletiva para auxiliar a viabilização dos projetos decorrentes do ARCO DIGITAL, e para projetar a continuidade do programa, construiremos um livro compilando nossas experiências e reflexões. Serão publicados 3000 exemplares que serão distribuídos entre os participantes e os parceiros, e vendidos para dar sustentabilidade ao programa.
Equipe do projeto:
1. Coordenador Geral: Sebastian Gerlic
Coordenar todas as ações do programa, desde o planejamento estratégico a sua execução. Responsável Thydewas. Contato com o Instituto Telemar. (71)9123-6699 sebastian@indiosonline.org.br
2. Coordenador Pedagógico: Adriane Halmann
Coordenar pedagogicamente o programa e seus facilitadores, desde sua implementação, monitoramento e avaliação constantes. Responsável UFBA.
(71) 9901-6968 adriane_halmann@yahoo.com.br
3. Consultor indígena: Nhenety Kariri-Xocó
Orientar a equipe toda na especificidade cultural do programa.
(82) 3553-1596 / 1480 nhenety@indiosonline.org.br
4. Assistente de coordenação geral: Ivana Cardoso.
Assistir todas as ações do programa, desde o planejamento estratégico a sua execução. Produção executiva. Responsável Thydewas.
(71) 8811-7378 ivana@indiosonline.org.br
5. Facilitadora em Pedagogia: Rejane Costa Matos Santiago
Facilitar os processos dos índios na perspectiva pedagógica.
(71) 8806-0912
6. Facilitadora em Cidadania: Ivana Cardoso.
Facilitar os processos dos índios na perspectiva cidadã.
(71) 8811-7378 ivana@indiosonline.org.br
7. Facilitadores de Agrofloresta: Calango e Hiata.
Facilitar os processos dos índios na perspectiva da Agrofloresta
calangofloresta@yahoo.com.br
8. Facilitador em Jornalismo étnico: Lilian Calmon.
Facilitar os processos dos índios na perspectiva jornalística.
liliamcalmon@hotmail.com
O perfil dos OFICINEROS:
NOSSAS MÃOS NO ARCO
Seremos mais do que FACILITADORES ou CONSELHEIROS.
Seremos ANIMADORES DA PARTICIPAÇÃO, CO-AUTORES com todos os participantes, mas com a responsabilidade de sistematizar as experiências e de estimular os índios à construção do conhecimento.
Nosso intuito é promover que cada índio de cada nação possa contextualizar questões locais e globais de seu universo cultural e disponibilizar a possibilidade de múltiplas redes articuladas, oferecendo conexões, estimulando a cada índio simular, associar e significar. Desejamos estimular os índios a serem ativos, a se expressar e assim contribuir como co-autores do processo.
Queremos índios curiosos, inventivos, investigativos, criativos, participativos, cooperativos. Esse desafio é grande, porque historicamente eles foram massacrados, exterminados, excluídos, calados, chamados de burros, de incapazes e até tutelados.
Ainda hoje existe um “órgão defensor” dos índios (FUNAI), que só defende os interesses do próprio órgão e que alicia a corrupção, que empestia as comunidades que quase não tem informação e que vem de longos processos de extermínio.
Seremos então CO-AUTORES de um processo de emancipação, de libertação, de partilha de saberes, de enriquecimento mútuo. Tecendo com fios acadêmicos e fios tradicionais, com fibra ótica e com humanidade, recriamos uma REDE, que outrora foi invenção dos índios e hoje é para o balanço de todos.
OFICINAS
Nome do Curso: | Detalhes do Curso: |
Jornalismo Étnico | Facilitadora: Lílian Calmon O objetivo desta Oficina é incentivar índios e índias a usarem a escrita para contar, com o seu estilo, suas experiências e suas reivindicações. Haverá três turmas de chats: Da segunda, da Terça e da Quinta, sempre das 18 as 19:30 horas. Saiba mais |
O que é ser Cidadão Indígena? | Facilitadora: Ivana Cardoso O Objetivo da Oficina é construir juntos os conceitos de Ser Índio e Ser Cidadão Brasileiro para melhor poder exercer seus direitos. Haverá duas turmas: Direito A, segundas e quintas feiras das 7 as 8:30 horas e Direito B terças e quintas das 14 as 15:30 horas. Saiba mais! |
Agro Floresta | Facilitadores: Calango e Hiata O Objetivo da Oficina é tomar a natureza como modelo de produção e projetar nossa sustentabilidade em harmonia com ela. |
Dialogando com o MEC | Facilitadores: Kleber Gesteira Mattos, Thiago Almeida Garcia e Susana Grillo Guimares Um dos objetivos da Oficina e fortalecer os índios para sua participação comunitária e c Haverá duas turmas: Direito A, segundas e quintas feiras das 7 as 8:30 horas e Direito B terças e quintas das 14 as 15:30 horas. Haverá duas turmas: MEC A, sextas 14 as 15:30 horas e MEC B sextas das 15:30 as 17 horas. Saiba mais! |
O futuro da saúde também está na Tradição | Facilitadora: Ana Paz Projetar juntos a Saúde, desde o saber popular, valorizando a cultura, a espiritualidade e a linguagem regional de cada povo, em harmonia com o meio ambiente e com a comunidade. Duas turmas: SAÚDE A nas sextas de 8:30 as 10 horas e a SAUDE B nas quartas das 17 as 18:30 horas . Saiba mais! |
Economia Solidária | Facilitador: Diogo Rego Diferenciar a economia solidária da economia capitalista tradicional, e compreender as dinâmicas socio-politica-econômicas da relação produtor-consumidor. Terças e sextas feiras das 9 as 10:30 horas. Saiba mais! |
Veja também:
A QUEM SE DESTINA O CURSO?
SOBRE AS OFICINAS
FAÇA SUA INSCRIÇÃO