A introdução da cultura do arroz no Baixo São Francisco, deve-se aos jesuítas,no século XVII. Os índios de Porto Real do Colégio, São Bráz, aprenderam a cultivar o arroz, principalmente as mulheres, plantavam nas lagoas : Grande, Comprida, Camurupim Grande e Várzea do Itiúba. No século XX, fazendeiros e proprietários das lagoas, terras inundáveis, do Baixo São Francisco, constroem suas fábricas de beneficiamento de arroz, nas principais cidades de Propriá -Sergipe , Porto Real do Colégio- Alagoas 1915. Em 1935 o Sr.,José Maria começou a construção da Fábrica de Beneficiamento de Arroz, na Rua dos Índios. Muitos indígenas trabalharam na fábrica, como estivadores, no transporte do arroz em sacos de 60 kg. Em 1975 chega em Porto Real do Colégio o Projeto de Irrigação do Itiúba. Foram cadastrados 300 parceleiros (pequenos proprietários) brancos e 40 indígenas. Os Kariri-Xocó foram muitos descriminados pela CODEVASF( Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco)por serem donos de lotes, deveriam ser mão-de-obra. Os parceleiros índios resolveram abandonar o projeto, ou vender seus lotes, a parti de 1986. Como mão-de-obra barata, os Kariri-Xocó, trabalharam no Projeto Itiúba em Colégio, no Projeto de Irrigação de Propriá em Sergipe, Betume e Igreja Nova, na plantação de arroz. Homens, mulheres e crianças, saíam da aldeia, para trabalhar em Sergipe,atravessando o Rio São Francisco em lanchas. Saiam de casa de madrugada, trabalhavam o dia inteiro, retornando á noite. A parti do ano 2000, a cultura do arroz, entrou em decadência na região, cedendo lugar a cana-de-açúcar. Os índios ficaram sem trabalho, sem lotes irrigados de plantação de arroz. Nhenety Kariri-Xocó.