PESCARIA DE MERGULHO

Os índios mais experientes no rio pescam peixes sem artifícios de pesca : anzol, tarrafa, rede ou puçá, vai de mãos limpa sem nada, mergulhar nas águas profundas, botando o braço na loca. Neste tipo de pesca precisa ter fôlego comprido, para não morrer sufocado, tem de trazer o peixe na mão ou no dente, isto é uma arte muito antiga. Não é todo tipo de peixe, que se pega de mão, tem aqueles que vivem em águas profundas do rio : niquim, carí, pacomõ, cumbá, mandim e surubim. Conta minha mãe Maria de Lourdes, que uns dos índios mais habilidosos da tribo, na arte de pescar de mergulho, era os Srs., Euclides Ferreira e o finado Filintro, começavam de manhãzinha , após o Sol nascer, pegava o peixe na cama , em sua loca submersa. Diziam as índias velhas que eles eram amigados com as mães dáguas do rio, por isso pegavam muito peixes, sem artifício nenhum. Hoje em dia os índios pescam de mergulho, com arpão, atiram no peixe de longe, com óculos aquático, agora estar mais fácil, com esta tecnologia, é feito de ferro, madeira, borracha de soro, parece uma espingarda, o tiro é certeiro. A pescaria de mergulho dar muita vantagem ao pescador, só pegam o peixe escolhido, os maiores bom de vender e comer, os pescadores passam o dia inteiro no rio, só voltam ao entardecer. Para pescar de mergulho a água tem que estar clara e limpa, para ver o peixe e pegar , com água barrenta fica difícil enxergar, nos meses de inverno não é bom pescar, os afluentes do Rio São Francisco, deságuam na Bacia Hidrográfica, deixando a água amarela de cor de barro, mas isso é coisa da natureza , agradecemos pela fartura , que um dia virá. Nhenety Kariri-Xocó.