Nós, indígenas da comunidade Pataxó Hã Hã- Hãe da Terra Indígena Caramuru – Catarina Paraguaçu, vímos pelo presente, rogar A SOCIEDADE BRASILEIRA o apoio que necessitamos muito e expor a nossa situação: Recentemente ocupamos a fazenda Esmeralda na região do Rio Pardo no dia 22 de setembro de 2017, no município de Itapetinga, a qual pertencia ao ex-deputado federal Geddel Vieira Lima por se tratar de uma área mal tratada, com sinais de desmatamento e semiabandonada. Não só por estas características, mas principalmente, por se tratar de uma área que está localizada em nosso território. No que Diz a Lei Estadual nº 1.916 de 9 de agosto de 1926, que o limite Oeste da referida área indígena foi medida antes de a Lei nº 1.916 ser promulgada, partindo do Rio Colônia e, em linha reta, chegando ao Rio Pardo na região do Córrego das Abóboras, abrindo uma linha de rumo que passou a servir como o limite Oeste da área de 50 légua quadradas, objeto da Lei já citada, limite este que ficou conhecido como Varadouro Vasconcelos, denominação esta em homenagem ao Major Vasconcelos representante do Exército Brasileiro servindo ao SPI (Serviço de Proteção ao Índio) temos provas em mapa.
Desdá da ocupação os indígenas vem sofrendo uns bombardeios das mídias comerciais, que andam criando comunicação inflamadoras, ou seja, jogando a opinião da sociedade contra nós indígenas. Hoje além do índios enfrentar os fazendeiros temos que enfrentar essas mídias perversas, que lucra com a misérias dos outros. Nas mídias comerciais sempre estão nos descriminando, chamando nós índios de “suposto”, essa forma de tratamento é símbolo do preconceito colonizadores, que sempre ironizou o nosso povo, com palavras de preconceitos e discriminação.
A terra que ocupamos faz parte de nosso território, nessa área, encontra marco de pedras, que foram marcados por major do exercito Vasconcelos dos SPI como área deixada para o indígenas e proteção ambiental no ano de 1936-1938. Só que o governo do estado negociou as nossas terras oferecendo aos fazendeiros de Itabuna e Ilhéus como presentes, uma terra que não era deles. Aqui nessa terra temos muitas provas que essa terra é indígena, os moradores dos ribeirinhos falam que aqui sempre foi terra indígenas, alguns moradores da cidade de Potiragua-BA, também fala que aqui é terra indígenas, inclusive tem muitos indígenas que moram no município que na época da invasão dos fazendeiros eles tevês seus avós expulsos do território. Vario lugares tem cemitérios indígenas.
A luta pela a conquista da terra é uma escolha dos Pataxó Hãhãhãe que honram o seu direito. Entretanto a sociedade precisa apoiar essa causa, a maior parte de nosso território nacional está nas mãos dos fazendeiros. Terras que eles exploram todos os recursos naturais, através de desmatamentos, mineração, contaminam o solo com venenos, secam os recursos hídricos. Enfim uma fazenda que eles têm apenas 2 funcionários nós estamos ocupando com 150 famílias indígenas, e que vão viver na produção de agricultura familiar, produzindo alimentos saldáveis.
A terra é sagrada e pertence a nós indígenas, estamos a mais de 8 dias ocupando o território. E vamos resistir. Já recebemos a visita do FUNAI, e da Policia Federal, da polícia Militar que esteve visitando a área.
Sociedade Brasileira, os mapas provam que a área pertencente a nós indígenas, quando da sua demarcação iniciada em 1936 e terminada em 1938, foi dividida ao meio em acordo do SPI com o estado da Bahia, sem o consentimento nem o conhecimento dos índios, principais interessados na área. A parte subtraída da área original dos índios foi doada a fazendeiros de Itabuna e Ilhéus como mostra o mapa. Nesta área reclamada por nós indígenas, existem cemitérios indígenas e situa-se ao lado da Serra do Couro D’Antas moradia de muitos dos nossos antepassados. Hoje, a nossa comunidade tem medo de não ter terra para os nossos descendentes. Conhecedores que somos dos nossos direitos e da nossa história, passamos a ocupar parte deste território que nos pertencer. Assim, rogamos a este Ministério Público Federal, que nos ajude nesta jornada que julgamos necessária e difícil. Assinamos este documento Caciques, Lideranças e Anciãos.