Dona Zinha tem 62 anos é uma anciã guerreira que luta em defesa da nossa terra, da nossa nação. Quando foi expulsa da sua aldeia Caramuru Paraguaçu a mandando dos grileiros, veio morar na cidade de Itajaí no município de Canan.

Como muita resistência voltou no ano de 1982 para a sua terra, passando algumas dificuldades: a falta de água, a assistência medica. Pois a saúde naquela época era tão precária que não tinha assistência da Funai, também não tinha transporte para locomover os índios até o hospital.

Devido o apuro nós estávamos passando reunimos um grupo mulheres e começamos a fazer remédios medicinais para curar as doenças que estava atingindo a nossa nação. Também contamos com o auxilio de Tânia e Conceição que era membro do Cimi (Conselho Indigenista Missionária) de Salvador BA, a organizar o encontro de mulheres, porém não deram continuidade ao trabalho, depois veio Alda que faz parte do CIMI de Itabuna que deu continuidade ao encontro até hoje.

Hoje graça a Tupã me sento muito feliz no meio do meu povo porque salvamos a vida da nossa comunidade, pois estamos sempre dando importância as nossas ervas medicinais e tentando fortalecer a nossa cultura através das plantas porque o remédio do índio são as ervas da mãe natureza que dão as arvore com casca de pau, sementes das nossas frutas, algumas folhas de nossas plantas pra remédio que cura.

Apesar de alguns remédios medicinais surtir muito efeito na nossa comunidade, às vezes depende de alguns antibióticos do medico para o tratamento de algumas doenças incurável, pois é preciso que tenham um tratamento medico mesmo tendo a necessidade do médico não podemos nos esquecer da medicina natural, pois sempre estamos cultivando a nossa cultura.

Nós sempre estamos tentando curar com os poucos de remédio que temos em nossa aldeia, porém o que nos preocupa porque não encontramos algumas plantas devido à devastação das nossas matas feita pelos grileiros que acabou com algumas riquezas da nossa mãe natureza e com tudo isso a dificuldade da comunidade é maior para cuidar mais do nosso povo.

Esta entrevista partiu de Yonana Pataxó com anciã Dona Zinha Pataxó Hãhãhãe