Os pankararu, originário da aldeia brejo dos padres, próximos às margens do rio São Francisco (sertão de Pernambuco), começaram a migrar para são Paulo a partir de 1950, fugindo da seca, da fome e do conflito com posseiro da terra. Alguns retornaram para suas terras falando da possibilidade de trabalho, principalmente na construção civil na maior metrópole da América do sul, criando, desde então criando, um fluxo entre os dois estados. Na aldeia permanecem cerca de 6.000 índios que convive com a Dura realidade da ocupação de dois terço de sua terra original por 400 famílias de trabalhadores rurais (aproximadamente 3600 posseiros, alguns deles vivendo no local a cerca de 200 anos). Na grande são Paulo vivem 1.500 índios distribuídos pelas regiões periféricas da cidade:
Capão redondo, jardim Elba, paraisopolis, Grajaú, jardim das palmas, jardim Sônia Maria, jardim Irene e nos município colados à cidade como Guarulhos, Osasco, Francisco Morato, Mauá, São Mateus, muitos morando em favela, principalmente no Real Parque e Paraisopolis (cercanias do Morumbi, bairro de classe media alta), as margens do rio pinheiro.

No real parque, em 2003, nasceu a ONG AÇÃO CULTURAL INDIGENA PANKARARU.Que vem lutando pela legitimação da identidade do grupo.
Além da rede de parentesco que se institui entre esses bairros, ela se realimenta continuamente através da idas e vindas de membros pankararu de são Paulo ás suas aldeia de origem em Pernambuco. Porque escolheram essa cidade? Que sonhos faziam antes de conhecê-la? Que imaginário é produzido por ambos grupos sobre a fronteira geográfica e cultural que os separa? O que mudou ao longo desse 50anos? Que projeto e utopias são construídos? Esses são alguns dos desafios do presente docomentarios.
Os índios da região nordeste do Brasil, entre eles os Pankararu, foram os primeiros a o grande impacto da colonização européia a partir do século XXI. Desde então, lutam para preserva sua identidade, apesar da proximidade com as frentes ocidentais, representadas pelos posseiros (com os quais convivem desde o século XX) e com os núcleos urbanos a partir do século XX até os dias de hoje. Em qualquer um destes contextos enfrentam preconceito de serem índios mestiços, nordestinos pobres. A tenção e os conflitos outrora entre estado e estado e colônia foram substituídos ou sobrepostos aos conflitos com a população que formam a sociedade envolvente, seja no ambiente rural ou urbano.

PAULA MORGADO

Marcos
marcoxwel@yahoo.com.br

www.acaopankararu.blogspot.com