20 de outubro

Lycee Emmanuel Mounier

Chegamos numa escola e com duas classes que estudam espanhol fizemos nossa roda de união.
Sebastian introduziu a THYDEWAS e depois Yakuy pegou a palavra:

240 etnias, 180 línguas, Existem indígenas em todo o território brasileiro e não so na Amazônia….E aqui estamos representando 3 nações indígenas… Nos indígenas do Nordeste estamos há 508 anos resistindo…Etnocídio, Genocídios e todo tipo de violência: preconceito, racismo… Aqui como vocês são jovens vamos falar pouco da violência que sofremos e vamos tentar falar mais de nossa relação com a Natureza…
Mãe Natureza porque nos provê tudo o que precisamos para nossa vida.
Gostamos-nos de estar na Mata. Gostamos de ouvir a palavra das arvores. Sabemos que a água tem vida. Nas comunidades indígenas todos são respeitados… E hoje estamos aqui porque queremos reforçar a consciência das pessoas de cuidar a Nossa MÃE Natureza. Respeitamos a diversidade e não subestimamos ninguém. Não queremos ser os melhores do Mundo, mas quero fazer o melhor para o Mundo.
Precisamos nos unir para tornar o Mundo mais Humano.

Ayra: Minha aldeia tem 2500 índios… Vivemos da Agricultura… Eu sou um dos pajés da minha tribo… E é um prazer estar com vocês! Estamos aqui para fazer um intercambio cultural… Aprender com vocês… E se puder também passar alguma coisa pra vocês… Eu tenho aprendido muita coisa aqui na França… Em uma semana estarei chegando no Brasil e já tenho muita coisa bonita para contar… Fomos muito bem recebidos… E por isso convido a todos vocês irem lá… Agradeço a atenção de vocês e lhes conto que em muitas escolas no Brasil não nos recebem também como aqui. Eu tenho uma filia que estuda na cidade e todos os dias ela me conta do sofrimento que ela passa… Eles a olham mal por causa da roupa… Pela falta de maquiagem ou pela falta de materiais escolares que ela não tem. Para agente ser bonito não encarece mostrar na pele… Isso se mostra pelo coração.

Atiã: Eu vou cantar um toante no meu linguajar… Meu nome é Atiã… Antes de falar vou cantar… Sou Atiã Pankararu vivo nas margens do Rio São Francisco, no Estado de Pernambuco… em 14.294 hectares de terra… Nosso território esta ainda invadido por muitos fazendeiros. Lutamos muito para DESINTRUZAR nossa terra. Nossos educadores são todos indígenas, as escolas estão na nossa responsabilidade, buscamos a historia com nossos mais velhos…

As pessoas perguntaram sobre os elementos indígenas… E os índios respondem: Atia: Cachimbo, Maracá, Cocar… Ayrá: O cocar é a antena pra falar com Deus…E este tabaco aqui é como se fosse minha bíblia… É o mesmo Deus que vocês…só que nós temos uma forma diferente de nos comunicar.
Nos não nos consideramos analfabetos..porque analfabetos são aqueles que na sua cultura existe a escrita e não sabem escrever…. Nossa cultura é oral.
Esses colares que meu parente mostrou não só são como suas bijuterias mas também como as cruces ou rosários que os católicos usam no pescoço…. Para nos os colares são parte de nossa religião… Nos não tínhamos a costume de vender… mas hoje em dia precisamos vender artesanato para sobreviver.

Conhecimos os Centros Culturais da prefeitura de Grenoble e de Echirolles.
Almoçamos no Instituto de Formação de Trabalhadores Sociais
Visitamos a CASA DAS ASSOCIAÇOES (Maison dês Associations) onde se agrupam 450 associaçoes….Um prédio gigante que é bancado pelo governo local e onde cada associação tem sua sala…

Fomos especialmente a sala do CIIP – Centre d’Information Inter –Peuples, onde Jô Briant nos presenteou com seus dois últimos livros e conhecemos o arquivo referente a Brasil.

Daí subimos em teleférico para a Bastille e vimos toda a cidade desde o alto da Montanha…O Monte Branco… O Centro de Pesquisa Nucleares…

Fomos dialogar e jantar no Lê Fournil, um local de inserção e apoio as pessoas Excluídas… Mais de 60 pessoas, moradores da rua ou sem papeis ou desempregados ou pessoas em dificuldades sociais ou financeiras….nos receberam e trocamos experiências… Principalmente em referencia a promoção da Cultura da Paz.

Dia 21 – terça-feira

– Chegamos numa Escola (Lyceé Aristide Berges), com uma turma que tinha preparado 30 perguntas (organização social, religião, subsistência, cultura….)e depois fizemos outra turma de alunos, onde o interesse foi principalmente os direitos humanos.

– Apresentamos na HP – Hewlett Packard – (Grande Empresa Produtora de Computadores e Assessórios) nosso projeto INDIOS ONLINE. 40 pessoas nos acolheram muito bem e se interessaram muito pelas experiências que os indígenas brasileiros vem fazendo com a internet.

– Dialogamos com os alunos de uma outra Escola (Lyceé Stendhal) , no auditório, 150 alunos. E gravamos depoimentos para uma radio.

– Visitamos um Bairro Popular muito grande VILLENEUVE e em seu Centro Cultural: O PATIO tivemos uma acolhida e uma roda de conversas com seus moradores…Umas 30 pessoas de vários paises….De América Latina, África e Ásia….

– Casa da FAL – França América Latina ( www.franceameriquelatine.org )… Onde revivemos todos os amigos de Grenoble que vinham se despedir….e mais quatro pessoas novas…Esse grupo de vinte pessoas fez um círculo e compartilho experiências (especialmente sobre Internet e indígenas…) e dançou os Toantes Pankararu.

Dia 22 – Quarta
Chegamos a Strasbourg e fomos acolhidos por Fany representando a Universidade e Julia representando a ONG HUMANIS…. Fizemos uma conferencia de Prensa, onde contamos com a presencia do Cônsul e do diretor da FAculdade…

depois demos uma palestra com Debate dentro da Universidade, no Auditório da faculdade de Relações Exteriores.

Dia 23 – Quinta
Fomos ao Parlamento Europeu em Strassburg – Prédio gigante que gastou muita madeira e gasta muita eletricidade, para que uma semana por mês os deputados dos 25 paises da União Européia votem suas leis…

Assistimos a votação do Orçamento. Comemos na casa de Julia e saímos para MEISENTHAL.

Fomos acolhidos pela ARToPIE (Art + [utopia] + Pie (arpia) www.artopie-meisenthal.org )) – Um Centro de Criação Artística…Com ateliês de Vidro, Plástico, vestuário, teatro, musica, aço… Uma espécie de PONTAO de CULTURA VIVA.