Por esse motivo é a mais perseguida pelos atravessadores, que vêem de regiões diversas, com interesses comerciais pelos nossos produtos, como: manga, pinha, castanha de caju e também nosso artesanato, que tem se destacado internacionalmente.
O nosso povo tenta resistir às propostas desses atravessadores, porém a necessidade fala mais alto, acabamos nos rendendo a essas propostas que na verdade são um grande acervo de exploração, ganância e cobiça, por parte deles.

Esses atravessadores precisam da nossa ajuda para lotar seus caminhões, dessa forma, se tornam grandes opressores, onde nos exploram dando-nos apenas 10 reais por um dia inteiro de trabalho duro e muitos de nossos irmãos ainda sentem-se felizes por essa magra gorjeta oferecida a eles por esses homens, para jogarem caixotes pesadíssimos, cheios de manga encima do caminhão.

Isso é um grande absurdo!
Quanto aos valores (preços) que os mesmos atribuem às mercadorias (manga e pinha) compradas dentro da nossa Aldeia é um grande absurdo, pois 100 mangas (um cento) já chegaram a custar R$ 1,00 (Um real) e 100 pinhas (um cento) a R$ 3,00 (três reais), quando as temos em abundância e poderíamos dividir entre nós mesmos.Não esquecendo também do enorme desperdício que ocorre a cada dia de coleta dessas frutas. Venho também, através desta publicação, cobrar a FUNAI, como órgão responsável pela nação indígena, a nos dar assistência para desenvolver-mos projetos dentro de nossa Aldeia, que venha a beneficiar nossos produtos e evitar o desperdício que temos com outras frutas por falta de beneficiamento como: o caju, a goiaba, e até mesmo a própria manga. E nos assessorar na venda de nossos produtos para que tenhamos segurança e principalmente a certeza da valorização dos nossos produtos. E que nós índios possamos viver com dignidade, sem nos submetermos a proposta tão baixa desvalorizando nossos produtos.

Ronaldo José dos Santos (arampank)
E-mail: ronaldpank@yahoo.com.br