Eu Maria Izabel moro nesta região e irei falar do rio da região onde eu resido. O rio que utilizamos a sua nascente é formado na área indígena do Panelão que passa na cidade de Jacareí passando por três mata chegando até a aldeia Água Vermelha.

Pra nós indígenas este rio é sagrado porque utilizamos desta água preciosa, consumo, a pesca para manter o sustento das famílias, a irrigação das nossas plantas.

Com ele somos um povo feliz porque graça a Tupã nunca secou porque ao lado dele nos traz alegria e felicidade.

Todo o dia junto com meus filhos rezo para Tupã os encantados abençoar o rio e fazer com que as arvore que esta ao seu redor se fortaleça para que a água venha até nós mais fresquinha e sadia.

Sou uma pessoa que amo bastante o rio, cuido, alimento os peixes, mas às vezes me bate aquela preocupação do rio secar, no entanto começo a conversar com o rio porque eu sei que é vivo, e ouça o que digo, mas ele me fala para me tranqüilizar que não vai secar e adivinha que vai chover para ajuntar mais água.

O rio chama água vermelha porque quando a região tinha muito cacau os fazendeiros matavam muitas pessoas inocentes por causa de ganância de dinheiro e jogava as pessoas dentro do rio ficando a água toda vermelha por isso que se chama água vermelha.

Graça a Tupã tudo isso se acabou, mas o rio nunca esqueceu o que passou, quando esta para chover o rio mostra o sinal deixando a água toda vermelha, mas depois volta normal a água limpa.

Sempre preço para o rio esquecer o que passou, mas não tem jeito porque é um sinal do fato que aconteceu que mãe natureza não esqueceu este sofrimento que ela passou.

“Eu Maria Izabel não considero como rio água vermelha porque quando ocupamos esta areia trouxemos a paz pra este rio, e dentro de mim considero água clara, linda e cheia de milagre protegida por tupã e os encantado das matas.”

Esta entrevista partiu de Yonana com a sua mãe Maria Izabel.