O líder do Conselho Tribal Pankararu, Agenor Gomes Julião, de 71 anos de idade, residente na Aldeia Brejo dos Padres, Pankararu, conta que só em 1940, com a fundação do Posto Indígena Pankararu, pelo administrador Dercio Dantas, o povo Pankararu pode ter seu primeiro Chefe de Posto, foi então, que apareceu também, a Casa dos Professores.
O posto ficou como a residência dos Chefes, sendo o primeiro deles, Dercio Dantas. Durante esse tempo, ocorreu tudo bem, mais Dercio Dantas, teve que ser substituído por outro administrador, que foi Graciliano Ramos.
Como reivindicação, por que o território Pankararu, não foi medido como deviria.
Depois veio o Chefe Viana, que depois da sua morte, O posto Pankararu passou a ser administrado por, um Carta Branca, Graciliano Ramos, que tinha por obrigação, tirar todos os não índios, e retirantes, “fazer uma limpeza geral”, por conta do negócio, que Sildo Meireles, cedeu e vendeu, parte das terras Pankararu.
Graciliano Ramos ao levar uma queda de cavalo, quebrou um braço; ficando em seu lugar, como Chefe de Posto, Eurico Castelo Branco, que foi o mais querido e inesquecível, de todos os Chefes, devido o seu apego e seus esforços, para com os Pankararu.
Foi ele quem retirou, e obrigou os não índios invasores, que quizeseram sair, a pagar renda pela ocupação das terras Pankararu.
E saiu por que ele se envolveu numa briga, com um policial, por ter proibido o policial, entrar em Pankararu. Esse mesmo policial veio exclusivamente, desafiar ele, no próprio Posto Pankararu, aí ele se juntou aos índios, e feriram o policial, por essa razão, ele teve que se ausentar daqui, deixando muitas amizades, e muitas saudades.
Em 1945 a 1947, foi substituído por Sebastião, que trouxe muito progresso, fez muito engenho de ferro, plantio nos roçados, de palma a forrageira, cana de açúcar. Até ser substituído por Cariolano Mendonça. Desde a data de 1948 a 1949, ocorreu tudo bem na administração de Cariolano Mendonça.
Mas ele teve que ser transferido, pra vim em seu lugar Valter Prado, nesse período os Pankararu queimaram, os dois roçados de palma a forrageira; caçando para comer; como estavam no período da seca.
Valter Prado pediu permissão ao SPI|(Serviço de Proteção aos Índios), para vender os dois rebanhos de gado, que era patrimônio indígena e Nacional, ao receber a autorizaçã, ele vendeu esse gado, pela metade do preço.
Vendeu esse rebanho, de cinqüenta reis escolhidos, por cinco contos de Reis. Valter Prado e Tubal que era inspetor, venderam esses reis, pra um fazendeiro em Tacaratu, Pois Tubal precisava voltar logo para a sua Cidade.
O cacique da época, conhecido por Narciso Pedro, juntou com outros Pankararu, e fizeram um baixo assinado, para enviar ao Rio de Janeiro, em protesto, pela extinção desse gado, mas Tubal não gostou desse protesto e voltou a Pankararu, ameaçando, contra o cacique, alegando que isso era assunto administrativo, e que não pertencia a índio.
Por essa razão, o cacique deixou a Aldeia Brejo dos Padres, e foi morar na Aldeia Carrapateira, ficando a Tribo Pankararu sem cacique.
O SPI a procura de um cacique pra se comunicar, encontrou João Monteiro da Luz, conhecido como João Binga, para substituir Narciso Pedro, aí diante dessa inquietação, tiraram Valter Prado, sendo substituído por Rui Pedro de Aquino, esse foi o pior dos piores Chefes, que apareceu em Pankararu.
Chegou a expulsar os Pankararu, da Aldeia Caxiado, e devolvendo casas, roças, cercados aos posseiros, que já tinham sido expulsos por Castelo Branco.
Quando ele resolveu, a passar a morar na Cidade de Petrolandia, só dava atenção ao índio para prejudicar ou menosprezar.
Mas mesmo assim, continuou sendo funcionário de confiança do SPI, chegando se candidatar a Prefeito, e ganhar na Cidade de Petrolandia-PE. Foi então que resouveu se ausentar, para sempre, deixando um rastro de destruição para nós Pankararu.
Em seu lugar, assumiu um cidadão de Floresta, conhecido por Natiel, sendo escolhido por Valter Prado.
Natiel nada podia fazer, pois sempre foi subordinado, por Valter Prado, o tempo inteiro. Era pouco procurado pelos Pankararu, toda vez que um índio ia procurar-lo, ele fazia questão de tirar uma peixeira de doze polegadas, para cortar um fumo, mesmo estando fumando o dele.
Ele pouco atendia, quando foi embora, o posto passou a ser administrado, por professores, professoras e ferreiros.
Até que em 1960, apareceu um Chefe, Geraldo Melo, e que esse foi morar na Cidade de Petrolandia. Por não ter onde ficar em Pankararu.
Ele ficou coordenando de lá mesmo, e o Pankararu que quisesse atendimento, tinham que ir procurar ele em Petrolandia.

Jailton Miguel