É muito difícil imaginar o futuro da aldeia, pois cada vez está mudando. Caminhando pela divisa da aldeia eu percebi que as casas que estão vindo da cidade estão cada vez mais próximas da aldeia, ou seja cada vez mais a cidade vem engolindo a aldeia, então dá para imaginar como será a aldeia daqui a trinta anos.
Na minha opinião , na minha imaginação vamos ter no futuro uma aldeia urbana ou uma favela, imagine só se hoje cada vez mais os homens vão para as usinas pois é a única oportunidade de trabalho para eles e com isso os facões que usam para cortar canas está aumentando na aldeia, ou seja eu chego a conclusão de que vai virar uma favela super violenta , e também terá muito desemprego pois se hoje a única oportunidade de emprego para os homens são as usinas e como este tipo de trabalho já está com dia marcado para acabar pois as maquinas irão substituir a mão de obra. E se hoje para se ter um bom emprego é necessário que tenha um bom nível de escolaridade eu imagino que a situação vai se agravar ainda mais pois nos dias de hoje muitos jovens estão deixando de estudar para irem nas usinas. Como vão viver, como irão plantar, se hoje as terras já não são mais suficientes para cada um e cada vez mais estão sendo construídas casas uma perto da outra, hoje são aproximadamente quinze mil índios na aldeia, e a população continua crescendo, o futuro da aldeia de Dourados está ameaçado.
Vivemos entre as cidades Itaporã e Dourados, mas a cidade de Dourados fica mais próxima e está engolindo a aldeia mais depressa, o que será das nossas crianças que estão chegando hoje, como vai ficar a cultura, será que as futuras crianças ainda serão registradas como indígena, ou pelo menos vão ter o básico da língua materna nas escolas.
E a FUNAI o que vai virar, se hoje este órgão que se diz Fundação Nacional Do Índio não realiza mais nada e está cada vez mais extinta o que vai virar eu dou uma sugestão
talvez pode virar FUNADI – Fundação nacional dos descendentes de índios.
Olhando pelos dias de hoje nós dependemos muito da sociedade branca apara sobreviver, para se vestir, para ir para as universidades, para trabalhar, etc, tudo isso realizamos ou pelo menos grande parte é realizado fora da aldeia.
Caminhando pela própria aldeia, nas entradas da aldeia percebo que há muitas mercearias, muitos bolichos daqui a trinta anos essas mercearias serão mercados.
Também há muito movimento de comerciantes brancos que entram na aldeia para pegar os aposentados e pensionistas em suas casas para fazer compras em seus comércios e com isso tiram muito dinheiro dos indígenas, pois o produto é mais caro e ainda é a aprazo e o indígena fica devendo mais que o seu salário, isso é uma maneira de ganharem dinheiro e ter “garantia do cliente”.
Muitos indígenas na aldeia não usam mais a bicicleta ou a carroça para seus afazeres do dia dia e sim ocupam as motos e carros, pois ganham um bom dinheiro nas usinas e investem em motos e aparelho de som, e com isso a cada dia que passa aumenta o transito na aldeia e cada vez mais violentos pois crianças passam a dirigir motos e quando é adulto a maioria não tem carteira de habilitação.
Leia com muita atenção e inspire nesse texto e imagine como será a aldeia daqui a trinta anos será que vai só restar lenbranças como a foto abaixo?

JAQUELINE GONÇALVES PORTO
kaiowá…ajindo@gmail.com