Os elementos determinantes para a acumulação de águas subterrâneas são, entre outros, o clima e a geologia (litologia, estratigrafia e estrutura). Do ponto de vista geológico, dois grandes grupos litológicos têm destaque: as rochas porosas e as rochas cristalinas. No deslocamento subterrâneo, a água acumula-se nos poros da rocha ou nas fendas e fraturas, para formar, respectivamente, os aqüíferos porosos (instersticiais) e fraturados (fissurais). Qualitativa e quantitativamente os aqüíferos porosos são mais importantes, enquanto os fissurais são de qualidade inferior, quanto à acumulação e à hidrodinâmica. Cerca de 90% do território nordestino é constituído por rochas cristalinas (fendas/fraturas) e apenas 10% é formado por rochas sedimentares, que vão compor os aqüíferos intersticiais nas bacias sedimentares, nas coberturas costeiras e interiores (correlatas) e nas aluviões.
Em conjunto, as rochas sedimentares e cristalinas compõem as Províncias Hidrogeológicas do Brasil, as quais, no Nordeste, estão divididas em: Parnaíba, São Francisco, Escudo Oriental Nordeste e Costeira, com suas respectivas subprovíncias (BRASIL.DNPM/CPRM, 1981).
Na Figura 1 são mostradas as principais bacias sedimentares do Nordeste do Brasil. Embora ocupem uma pequena parcela do território nordestino, as bacias sedimentares estão presentes em todos os estados, circundando-os ao longo da linha de costa (subprovíncias costeiras) e a oeste pela Província do Parnaíba, apresentando distribuição espacial estratégica para uma eventual distribuição da água oriunda dessas bacias, conforme esquema hipotético mostrado na Figura 1. Observando-se a referida figura, daria mesmo para afirmar que “o semi-árido é uma ilha cercada de água doce por todos os lados”.

Gilvan
Gilvan.pankararu@gmail.com