A voz de nossos ancestrais(tamoios/tamuyas:mais velhos)
ecoa pela eternidade e não há vento que apague nem concreto que destrua sua verdade.

Certa vez veio a noite,havia muita escuridão e esses dias eram muito frios,todos estavam tristes,a morte estava crescendo,a água do mar ficava cada vez mais salgada com as lágrimas do nosso povo,tudo estava sumindo e morrendo,so havia dor, muita dor e escuridão.
Não era apenas nosso corpo físico que estava ferido,mas um grande buraco estava se abrindo em nossos espiritos,nossos pajés tentavam explicar que havia poluição em nosso ar, que poluia nossos pensamentos, contaminava nossas emoções e o medo era sintoma de que havíamos deixado entrar em nos.

Nas noites não se via Jacy no céu,nem o brilho de nossos ancestrais nas estrelas.Durante sete dias foram feitas danças chamando por Tupã,diziam nossos pajés que era um ato de amor falar com os ancestrais,por isso era preciso sentir amor durante cerimônias como essa e jamais o ódio ,todos ficavam em volta da fogueira,dançando e sentindo as pulsações de seus corações em ritmo com seus pés e tambores e em seus pensamentos seus pedidos. A união de todos formava uma grande vibração que se espalhava por toda floresta,árvores,plantas,flores,rios,lagoas,animais todos podiam sentir a vibração formada de pensamentos e sentimentos,como uma pulsação de um grande coração formado por todos, nesse momento todos se tornavam um so novamente. No oitavo dia ,veio o brilho do kûarasy(Sol)que surgiu trazendo vida,iluminando a todos,dando calor a todos e deixando a mensagem que não importa o quanto dure a noite nem a escuridão,a claridade do dia sempre ira surgir para iluminar novamente nossos corações fazendo todos nos renascer todos os dias.

Que Tupã de força a todos parentes,todos vocês são guerreiros e vencedores!

Renata Tupinambá -Niterói – RJ
renata.machado.rj@gmail.com