Bom dia, Boa Tarde ou Boa Noite caros parentes! Acompanho e participo desta rede de fieis irmãos guerreiros online e offline, tenho minhas preocupações com você pai e mãe indígena que tem seus filhos dentro de sala de aula ou dentro de uma barraca, casa de farinha, choupana, casa de pau a pique, uma palhoça, depósito ou curral como já ouve na minha aldeia, este alunos buscam os conhecimentos culturais dos não indígenas em paralelo com as culturas de suas etnias, historias, estórias, tradições de dança, canto, artesanatos, agricultura, labuta com gado, cabras, bodes…

E ser indígena é quebrar paradigmas, estereótipos e preconceitos, lutamos pelo o melhor para nossos povos, lutamos por boa terra, água, sol, bons alimentos e um bom ar, estamos errados?
Vamos lutar também por uma boa educação caros parentes lembrar que nossos filhos e nós precisamos de uma educação digna, e de qualidade de conteúdo e cultural. Seja na educação infantil, fundamental, médio, profissionalizante e universitário, veio eu apoiar este repudio dos parentes da ASSOCIAÇÃO DOS UNIVERSITÁRIOS INDIGENAS EM BRASÍLIA – ASSUIB, pois lutam e querem um Brasil Indígena melhor para todos nós. Segue abaixo Carta da ASSUIB.

Anápuáka Muniz Pataxó Hã-hã-hãe
anapuaka@indiodonline.org.br
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NOTA DE REPÚDIO
À COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO DA FUNAI

Educação Superior Indígena: O descaso com os universitários

Associação dos Universitários Indígenas em Brasília – ASSUIB, com sede em Brasília, sob CNPJ: 04.357.771/0001-91, vem a público expor a situação discriminatória e vexatória em que vivem os Universitários Indígenas na Capital Federal.
Informamos que:
1. O Convênio firmado pela Fundação Nacional do Índio e Universidade de Brasília – 2004 (FUNAI/UNB), foi o resultado da demanda dos estudantes indígenas que estavam aqui em Brasília, por que a Funai, em momento algum fez algo de livre e espontânea vontade para ajudar os universitários, foi preciso críticas, sofrimento e luta para o ingresso de indígenas na Unb, portanto o mérito é todo nosso que estudamos, fizemos a prova, passamos e hoje estamos na universidade.
2. A Contrapartida da Funai é pagar a bolsa – auxilio, por que a UNB, é pública, todavia a Funai não cumpre com o devido acordo, pelo contrário, o tratamento dispensado aos estudantes é desigual, há um verdadeiro Aparte id dentro da Coordenação Geral de Educação em Brasília – onde a máxima é o seguinte: – situações iguais, tratamento diferentes, principalmente em relação aos indígenas da região Nordeste e os que os residem fora de suas aldeias, aqui em Brasília.
3. A UNB, possui o maior número de indígenas, mas a bolsa tem valores diferentes, enquanto alguns recebem R$: 900,00 ( novecentos reais) outros recebem 260,00 ( duzentos e sessenta reais), mesmo sabendo que todos passam por situações semelhantes. Alguns recebem até passagens aéreas, e outros nem terrestres a Funai que liberar e para retornar de suas aldeias? A situação é pior, porque as Administrações Regionais não dispõe de recursos financeiros.
4. Enquanto alguns indígenas estudam em período noturno, fazem estágios e moram em cidades satélites ( 1 hora do centro), chegam em casa por volta de 01 da manhã e mesmo assim com todo esforço a bolsa não chega a R$: 900,00 ( novecentos reais), outros trabalham em supermercados para tentar arcar com os estudos por que a bolsa de 260,00 é insuficiente, devido o alto custo de vida. E tudo isso prejudica o rendimento dos acadêmicos que não sabem se trabalham pra comer ou estudam, e a Coordenação está pouco se importando com os problemas do alunos.

5. Por fim a CGE mandou cortar o auxilio de 6 ( cinco) estudantes arbitrariamente, sem nenhum aviso prévio. Ressaltamos que quando o indígena está com algum problema na universidade ou pessoal, imediatamente a coordenação autoriza o corte da bolsa, manda trancar o semestre, começa todo tipo de ameaça, foi o que fizeram com um indígena “portador de necessidades especiais”, onde uma das “ chefes” alegou “ que o problema dele não é mental é sim físico,” portanto, não admite que o indígena sinta dificuldades na universidade, então que abandone a faculdade e vai fazer terapia, e dê o lugar para outro, desta formou cortou todo apoio do indígena que está a 2 anos, aguardando um posicionamento da CGE.

A coordenação desconhece os princípios da isonomia, imparcialidade, especificidade e razoabilidade, temos observados a prática de uma política discriminatória, que veta, persegue, humilha, e exclui, é o abuso de poder por partes dos agentes públicos.

A Presidência da Funai tem conhecimento das dificuldades que enfrentamos, desde do ano passado foi repassado toda problemática, mas infelizmente nada foi resolvido, cada dia a situação piora, assim fica impossível concluir a graduação.

Os universitários de Brasília, passam por muitas dificuldades, que os Estados desconhece, não há um diálogo com os estudantes, não há apoio para os recém – formados, não há um bom atendimento aos indígenas, mas sim uma política de favorecimento de uns em detrimento de outros.

Diante disto à ASSUIB, repudia todo e qualquer ato discriminatório dentro da instituição. É preciso dar uma basta nisso! É preciso que a sociedade tome conhecimento das dificuldades que enfrentamos, tais como acadêmicas, financeiras, a falta de um acompanhamento eficaz, precisamos ser ouvidos, por que tudo isso tem provocado conflito entre os estudantes.

ASSUIB, exige respeito e um tratamento digno, queremos uma Educação Superior de qualidade e com igualdade a todos Universitários em Brasília e demais Estados Brasileiros.
A Educação é um direito de todos e um dever do Estado, não é um favor! Dessa forma, o art. 26 da Convenção 169 da OIT, determina que: “Deverão ser adotadas medidas para garantir aos membros dos povos interessados a possibilidade de adquirirem educação em todos o níveis, pelo menos em condições de igualdade com o restante da comunidade nacional”.

Atenciosamente,

ASSOCIAÇÃO DOS UNIVERSITÁRIOS INDIGENAS EM BRASÍLIA – ASSUIB

Brasília, 15 de março de 2008.