sendo esta última, considerada uma fruta sagrada, onde anualmente entre os meses de fevereiro/março, acontece a nossa Festa Sagrada, que os mais velhos batizaram de “corrida de imbu”. Temos ainda alternativas de sobrevivência, como por exemplo: a aposentadoria concedida aos mais velhos (pela idade ou pelo tempo de trabalho na agricultura), os empregados públicos municipais, funcionários com contrato temporário a serviço do Estado e uns poucos servidores federais, com funções que variam entre professores, agentes de saúde, administrativos e serviços gerais, pespassando por estas diferentes estâncias. Existem ainda os empregos informais, onde algumas mulheres indígenas entre jovens e senhoras, que trabalham como domésticas ou serviços especializados dentro e fora da aldeia. Outras pessoas, na maioria homens, viajam para outros diferentes Estados como: Bahia, Sergipe, Alagoas, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Roraima entre outros, em busca de dias melhores.
Através de várias lutas políticas, depois de muitos conflitos internos com os posseiros a nossa terra é hoje demarcada, reconhecida, registrada e homologada, mais que também, existe uma porcentagem de não índios ainda considerável precisando, portanto, que o governo federal trate urgentemente de desintruzar completamente as nossas terras, para que assim, os nossos irmãos que estão vivendo nas cidades e muitas vezes em situações precárias, possam ter um espaço para viver e para plantar, retornando assim, a aldeia. Não falamos mais a nossa língua indígena materna, porem, a própria historia explica e justifica. Entretanto, nós somos felizes porque possuímos vários elementos que traduzem e garantem a nossa identidade cultural indígena.
Possuímos ainda, uma relação bastante estreita entre a nossa tradição porque para nós os Pankararu, e Deus primeiramente o nosso Senhor e a força encantada abaixo de deus, que nos abençoa, protegem, nos dá força, coragem e valor.
Muitas pessoas questionam a nossa identidade indígena por não apresentarmos características como as de índios do Nordeste da Amazônia, com fatos e crenças dos livros didáticos. Aí mais uma vez, o estudo histórico/antropológicas explica essa variedade de pele e cabelos.
É preciso entender que porque pertencemos a um Povo indígena, temos modo de ser e de vivemos da nossa própria cultura por que somos culturalmente diferentes dos não índios.

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