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Em tempos de crise, não apenas política partidária ou econômica, mas crises existenciais, comportamentais, de valores e conhecimento, é o que vemos hoje, ao observarmos às manifestações que estão acontecendo neste país, a impressão que se tem é que todo esse povo estão dentro de um grande barco a deriva em direção a um grande naufrágio, não sabem o que dizem e nem o que ouvem, parece um jogo de palavras desconexas onde não se chega a lugar algum, salvam-se aqueles que estão lutando por um objetivo coletivo, como às classes que estão reivindicando seus direitos, e nós indígenas que lutamos há 515, anos, pela garantia dos nossos direitos e o mais importante, pelas nossas vidas que desde então está na mira das armas mais poderosas criadas pelo homem, que encaminham para o fim da humanidade na terra.

Devemos lutar por nobres causas, e existem várias formas de vencer batalhas, valendo lembrar que a luta maior é consigo mesmo, onde às mudanças devem vir de dentro, do âmago do SER, e como o vento que sopra a brisa, deixar que as mesmas se espalhem impregnando o meio em que vives.

Tudo depende das escolhas que fazemos, é como plantar e colher, quem consegue os melhores resultados é quem sabe escolher o melhor terreno, o período adequado, e quem cuida, assim poderá colher bons frutos. Assim, é quem vive dentro de um regime democrático, onde o sufrágio é a maior arma, mas quem detém esse poder nunca souberam escolher ou o regime é por vias contaminado e não tem como fazer uma boa escolha, a impressão que temos é que tudo está perdido, não há mais terra sem males.

O conjunto de sistemas criados que se manifestam de diversas formas estão na bancarrota, não conseguiu organizar a maior parte da humanidade, provocando o caos que instalou-se e levará a uma catástrofe anunciada, é vergonhoso e decepcionante sentir que tudo está escapando entre os dedos, uma sensação de incapacidade por saber que não dão mais ouvidos a essência da Mãe Natureza. O homem está envolto em densa bruma, e a tristeza maior é saber que foi criado por ele mesmo, em sua busca incessante de um pseudo poder, pois não existe a imortalidade do corpo.

Ah, o sistema político, esse deve mudar de baixo, do vereador a prefeito, do deputado a senador e do governador a presidente, e os assessores, claro, e principalmente quem os escolhem, e deve começar fazer o dever em casa, no berço familiar, na escola, nos templos, nas escolhas das amizades, nos livros que leem, nas músicas que ouvem etc., para quando se tornar um deles, não fazerem igual ou em maior intensidade, e quanto às escolhas que fazemos, devemos observar se o escolhido está na mesma frequencia e não oposto.

O maior ensinamento para nós indígenas está contido em cada folha, quando observamos a dinâmica da Mãe Natureza, basta lhes dar ouvido e atenção, que aprendemos como nos relacionar com o meio em que vivemos sem agredir tudo que existe, muito menos a nós mesmos, é nela que tiramos o ensinamento que às diferenças existem para complementar e não para dividir, e que se destruirmos o que encontramos quando aqui chegamos sofreremos consequencias gravíssimas.

Podemos reverter se quisermos, mas depende de cada um, para formar um grande coletivo e voltarmos a viver em uma Terra Sem Males.