Ao longo de muitas décadas, sempre ouvimos alguém, falando essa mesma ladainha, apesar de nós também sermos culpados de jogar pérolas aos porcos, hoje estamos comendo o pão que o diabo amassou, sempre fui inimigo desse tipo de gente que chega de fora, talvez das cidades circunvizinhas procurando parente em nossa Aldeia e mentindo, dizendo que tem raízes indígenas e que o sangue corre nas veias.

Meus parentes indígenas põem isto na cabeça de uma vez por todas, que esses tipos de forasteiros estão à procura de encontrar um pau que tenha sombra; que possa arcar com tratamento médico, remédios, passagens, hospedagens, faculdade para os filhos e documentos para se aposentarem etc. Tirando o direito do índio e se apossando dos recursos destinados às famílias indígenas. É lamentável a situação que se encontra agora porque os nossos órgãos que nos tutoram, acreditam hoje mais na mentira do que na verdade e digo mais adoram colocar o branco contra o índio ao invés de abraçarem essa causa tão importante e justa.

E mexendo aqui com os meus miolos, acredito que para isso, o funcionário público ganha salários e não estão cumprindo com suas obrigações, fornecendo documentos a pessoas estranhas que não honram a nação indígena.

Precisamos fazer alguma coisa, quantas vezes já perguntaram, sua avó era uma raposa ou estava roubando? Temos que seguir o exemplo de Marechal Candido Rondon que sempre nos dizia (Morrer se preciso for, matar um índio nunca) e por que hoje vivemos morrendo de vergonha dos trabalhos prestados em toda rede de assistência governamental indígena.

Vamos refletir!

Abraços!

Miguel Antonio da Silva, Técnico em Agropecuário e Técnico em Modelo de Gestão Escolar

miguelpankararu@hotmail.com.