Entretanto, o sábio Cacique Seattle ( EUA), em 1855, quando escreveu uma carta para o Presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), descrevia a verdadeira formula de manter a vida na sua essência:

“(…) sabemos que o homem “branco” não compreende o nosso modo de viver.

Para ele um torrão de terra é igual ao outro.

Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo que necessita.

A Terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de euxarí-la ele vai embora. (…) Rouba a terra de seus filhos, nada respeita.

Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a Terra e deixa atrás de si os desertos.

Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, (…)

Não se pode encontrar paz nas cidades do homem “branco”. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. (…)

Não parece que o homem “branco” se importe com o ar que respira. Como um moribundo ele é insensível ao mau cheiro. (…)”

Que espécie de “civilização” é essa, que despreza o seu bem maior, a Mãe Natureza, consequentemente, sua própria Vida?

Que Deus é esse, que vocês acreditam, e os fazem distanciar da verdadeira essência humana, da relação do homem com o todo?

Como o Cacique Seattle, disse em suas sabias palavras:

“Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal, nada possa compreender”.

Dois séculos e meio se passaram, e o começo do fim da Vida, se estabelece, com a luta pela sobrevivência, quando todos estamos nos aproximando de uma catástrofe final.

Necessário se faz surgir entre os homens “civilizados”, o “Índio” cantado por Caetano Veloso (“…e aquilo que nesse momento se revelará aos povos surpreenderá a todos não por ser exótico
mas pelo fato de poder estar sempre
estado oculto quando terá sido o óbvio. “)

A ganância impiedosa lançada sobre vossos olhares transformada em moeda de valor, causadora maior da destruição do planeta, deverá se expurgada dos vossos corações, se ainda desejam manter a Vida.

Na tentativa de salvar o que ainda nos resta. Serão, ou não, capazes de retroceder ao que vocês sempre chamaram de “primitivo e selvagem”, garantindo as espécies o direito a Vida?

A TERRA e tudo que nela existe, para nós é Sagrado!

Yakuy Tupinambá (Indígena do Povo Tupinambá de Olivença – Ilhéus/Bahia)

yakuy@indiosonline.org.br