Literatura Indígena Tropa de Elite Expulsa Indigenas no DF
Remetente:

Amanhecemos com a notícia de que os poucos indígenas que estavam acampados na Esplanada dos Ministérios foram violentamente retirados do local pela Tropa de Elite da PM-DF.

Prá que serve uma Tropa de Elite?

Prá que serve uma Secretaria do Governo dos Direitos Humanos?

Nós Indígenas e aqueles que lutam pelos direitos humanos devem acordar para o cerco policial com justificativas legais, sobre o movimento indigena e seus direitos individual ou coletivo.

Noutros tempos a ABI (Barbosa Lima Sobrinho), CNBB (Dom Luciano) e OAB (Sepúlveda Pertence) já estariam em ação e se manifestando contra esse tipo de violação que usa como se fosse algo normal, pimenta, gás, balas de borracha contra homens, mulheres e crianças. FUNAI? Onde estava a FUNAI nessas horas?

POVOS INDÍGENAS:”Caminhamos em direção ao futuro nos rastros de nossos antepassados”.

É hora de rompermos esse amedrontador silêncio e m nome da democracia. Nós Povos Indígenas nunca fizemos parte disso a não ser como vítimas, mas agora nesse ano eleitoral VAMOS PRATICAR ESSA MENSAGEM NASCIDA NA DEFESA DAS NOSSAS TERRAS E DO MEIO AMBIENTE DURANTE A RIO 92, COM CORAGEM,CONSCIÊNCIA E NOSSO VOTO.

M. MARCOS TERENA

Apoio do Tribunal Popular ao Acampamento Indígena Revolucionário

“O Tribunal Popular:o Estado Brasileiro no Banco dos Réus vem por meio
deste manifestar, publicamente, todo apoio e solidariedade ao
Acampamento
Revolucionário Indigena instalado desde janeiro de 2010 defronte à
Esplanada dos
Ministérios, em Brasília, e em protesto contra o decreto 7056/09, que
extingue postos e administrações da Funai e anula direitos indígenas.

Condenamos a atitude do Estado Brasileiro em tentar votar às
escondidas na noite de 19 de maio a Emenda 36 da MP 472/09 –
legalizando o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI),
irregular e ilegal
desde 28 de dezembro de 2010 – na Câmara Federal.

Condenamos porque o CNPI não tem legitimidade alguma frente ao Movimento
Indígena, sendo criado pelo Decreto 7056/09 sobre a estrutura da
antiga Comissão Nacional de Política Indigenista “ presidido pelo
presidente
da Funai, Márcio Meira, e composto por: Executivo, Ongs ligadas à
atual gestão federal e representantes indígenas subordinados aos
interesses da presidência – e é o formulador das diretrizes que vem
penalizando os povos indígenas e servidores da FUNAI, extinguindo
postos e administrações regionais, deixando funcionários sem lotação e
pondo fim a direitos básicos, como o direito à Saúde e à Educação,
entre outros tantos.

O Tribunal Popular se solidariza com os cerca de 250
representantes e lideranças dos povos originários – Guajajara, Krahô,
Xukuru, Guarani Kaiwoa, Pankararu, Atikum, Munduruku e Korubo –
que rumaram para a Câmara dos Deputados pintados para a guerra, e no
interior da Câmara Federal protestaram dançando nos corredores.
Minutos após atenderam a solicitação de um delegado e deixaram arcos,
flexas e bordunas na entrada, passaram a ser viol entamente espancados
por um batalhão de cerca de 100 agentes da Polícia Legislativa da
Câmara.

Condenamos veementemente a atitude do Departamento de Polícia
Legislativa em espancar indígenas e, ainda afirmar que não houve feridos durante o confronto, uma
vez que os agentes não pouparam
mulheres, idosos ou crianças. Pistolas de choque e cassetetes foram
usados contra os indígenas: o líder Korubo –
militante histórico dos direitos dos povos originários – foi chutado
pela polícia legislativa após ser derrubado no chão, tendo quebrado a
perna e perdido um dente. O idoso José Lopes Guajajara – servidor
indígena há 35 anos – foi covardemente atingido por eletrochoque, uma
senhora Guajajara de cerca de 65 anos tomou um golpe de cassetete nas
costas, uma jovem da mesma etnia foi arrastada pelos cabelos e um
rapaz Xukuru teve o lábio rasgado por um murro na boca, entre outros
cerca de 50 indígenas feridos. E a Polícia Legislativa tentou a todo
custo impedir que as Tvs filmassem a Cacica Antonia Guajajara sendo
carregada desfalecida do tumulto –
sem sucesso.

E o Tribunal Popular apoia as lutas indígenas exigindo do Estado
Brasileiro as devidas reparações pelo brutal ataque policial contra indígenas do Acampamento Revolucionário Indígena.

TRIBUNAL POPULAR: O ESTADO BRASILEIRO NO BANCO DOS RÉUS.

 

 

Cacique Raoni Metuktire vem ao AIR prestar seu apoio

Dois dias após a operação policial de sábado, dia 10 de julho de 2010 (Dia da Infâmia), o cacique Raoni Metuktire, grande liderança Kayapó, acompanhado de Eliseu Juruna e Arapuru Trumai, veio prestar seu apoio aos indígenas reunidos contra o Decreto 7.056/09 e a gestão criminosa de Márcio Meira.

Na ocasião, foi discutida a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte e o desmantelamento da Funai com o Decreto 7.056/09. As lideranças indígenas também discutiram a necessidade da saída imediata do atual presidente da Funai, Márcio Meira.

Sobre as inúmeras medidas governamentais que violam flagrantemente a Convenção 169 e o Estatuto do Índio, Carlos Pankararu, líder do AIR, desabafou: “Estão decidindo o nosso destino sem nos consultar!”