Como diz a historia, na Serra Negra hoje municipal de Ibimirim – PE existiam os índios Maracanã, que hoje são considerados patriarcas dos povos indígenas de Pernambuco. E por serem índios grandes, fortes e guerreiros e as índias serem muito belas, e por também viverem em uma terra muito fértil, chamou a atenção dos Coronéis, do Sertão de Pernambuco.
Que tiveram o interesse de escravizar, os índios e abusar das índias e alem disso tudo tomar as terras dos Maracanã. Então por volta de 1865, começaram a investir, nas invasões só que não contavam com a sabedoria e a valentia dos índios, e não tiveram sucesso na invasão. Foi então que em 1870, os Coronéis do Sertão de Pernambuco, se articularam entre si e formaram um verdadeiro exercito, para invadir as terras dos Maracanã. Daí que iniciou a guerra dos Maracanã e os Coronéis do Sertão, que durou de 1870 a 1885, exatamente 15 anos de massacre.
Até porque os índios, só possuíam arco e flecha, borduna, lança e uma grande valentia, mas isso não era suficiente, perante a tirania dos Coronéis com seus paus de fogo, daí que o massacre se concretizou. E com isso muitos Maracanã, foram mortos e os sobreviventes, fugiram se espalhando pelo Sertão de Pernambuco, e com isso formaram os dez povos indígenas de Pernambuco, Pankararu, Fulni-ô, Truka, Kambiwa, Kapinawa, Pipipã, Xukuru, Pankara, Atikum e Tuxa.
Mas hoje os índios Kambiwa e Pipipã, retomaram as terras da Serra Negra, que são suas por direito, e vivem então exercendo suas culturas e costumes, como seus antepassados Maracanã. E através desse massacre, foi criado um toante de toré que diz assim “Urubu de Serra Negra, de gordo caiu às penas, de comer mangaba verde, olé coam na baixa da jurema, olé coam”.
O significado desse toante era que os Urubus comiam muitas mangabas verdes, que na linguagem dos índios, era os corpos dos guerreiros mortos, pelos Coronéis e então os Urubus engordavam e caia as penas.
Essa historia foi contada, pelo índio Pankararu José Antonio Felix de Sousa, e não se encontra em nem um livro didático, porque seus escritores ao longo do tempo, só se preocuparam em marginalizar e ocultar, a verdadeira historia dos índios do Nordeste.

Solange Monteiro
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