Aos que podem tomar uma providência,

Caros amigos é com a triste visão que exponho o que esta acontecendo em nossa aldeia. Primeiro aos quem não nos conhece, sobrevivo em Dourados-MS, na reserva Francisco Horta Barbosa com aproximadamente 14 mil indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena. Na aldeia Bororó e Jaguapirú, não há um local onde a comunidade possa ter acesso ao mundo digital. Na escola Tengatui Marangatu, de Dourados, há uma sala de informática com computadores e internet cedidos pela Funasa para a comunidade; a escola cedeu o espaço.

Não vejo esse bem sendo usufruído pelas comunidades e sim pelos funcionários e alguns alunos. Durante o período escolar, alguns alunos e alguns funcionários tiveram poucas aulas de noção básica de informática pelo professor da instituição. E nas férias como vai ficar? Pergunto aos que podem me responder. As pessoas das aldeias não sabem de “internet para comunidade”, e os indivíduos que sabem se acanham em ir acessar, porque acham que é restrito para o pessoal da escola.

Afinal é para a comunidade toda ou não?

Nas escolas das aldeias existem salas de informática, porém somente na Tengatui tem internet. Para os indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, a única opção para se ter acesso ao mundo digital é em lan houses da cidade. Poucos têm condições para ter internet via radio em suas casas e alguns jovens vão para casa a da AJI (Ação do Jovens Indígenas), que é fora da aldeia, onde podem ter aulas de informática e conhecer a rede virtual. Os universitários acessam apenas na faculdade. Algo simples como recadastrar CPF, os indígenas não fazem.

Se esse local é para comunidade, a maioria não sabe. Se de fato não é aberto à comunidade, esclareçam, por favor. Porque de início foi dito que era para todos os indígenas da Reserva. É claro que uma sala com poucos computadores não irá resolver a situação de 14 mil indígena, mas amenizará o estado em que se encontram.

É com apelo de ajuda e esclarecimento que me despeço.

Poty