Aqui, antigamente o índio atravessava o rio

Aqui, antigamente o índio atravessava o rio por cima das pedras, a nado, ou amarrava uns paus fazendo uma balsa, até que em 1671 começou a chegar o pessoal de fora atrás do ouro. Aqueles exploradores não vinham fazer o bem. Vieram buscar o que não era deles. Eles começaram a se apossar das terras indígenas, que não compraram de ninguém. Os índios viviam principalmente da pesca, caça e mel de abelha. Suas armas eram o takapi (lança de pau), arco e flecha e com elas dava para sobreviver muito bem, mas não dava para se defender dos europeus. Os índios pegavam um animal, iniciavam o fogo com pedras ou com paus e sem sal, sem tempero, eles comiam.

Faziam seus cachimbos de barro queimado. Quando um índio estava com sede, ele descobria onde cavar e achar água. Os índios sabiam tudo, descobriam tudo com facilidade, sabiam onde tinha ouro e prata. Os portugueses queriam levar tudo de graça e para isso matavam.

Subiu um frei Bernardo, que vinha da aldeia de Rodelas (Tuxá, Bahia), mas o primeiro padre a instalar-se por aqui foi Martinho de Nantes, em 1671. Fizeram uma igreja de taipa. Parece que a data em que os jesuítas chegaram aqui oficialmente foi 14 de junho, em Portugal, esse é o dia de Santo Antônio, por isso eles batizaram aqui de Santo Antônio, depois passaram a data para 6 de janeiro, para fazer uma comemoração só, junto com a festa dos Reis Magos.

Trouxeram os negros da África amarrados pelo pescoço, como se fossem animais. Aqui eram vendidos para os fazendeiros. Escravizados comiam as migalhas que o patrão deixava. Se um negro fugia era perseguido, recapturado e castigado com chicotadas. Já o índio ou fugia ou morria.

Aqui, antigamente era só um povo, mas, em 1785, eles dividiram a região que era chamada de Pambu. Lá passou a chamar-se Ilha de Assunção (Pernambuco, aldeia Truká), mais por aí Ilha da Vila, São Félix, Santa Maria… eles procuravam as ilhas porque eram boas para pescar e porque tinham água para beber. Depois vieram derrubar as árvores para dar de comer ao gado que traziam. A família D´Ávila foi dos fazendeiros mais poderosos que já teve por aqui.

Pambu já foi comarca, foi a sede do município, tinha câmara de vereadores, tinha juiz. De 1834 a 1854 teve todo o poder jurídico e municipal.

Hoje nós somos escravizados pelos políticos. Hoje o Governo diz assim: quem não sabe ler não se emprega. Mas os que têm instrução, os que estudam, estão escravizando o Brasil. Eles sabem três ou quatro idiomas, mas é só para negociar com outros países, para vender o Brasil. Eles vendem a nós, brasileiros, e vão engordando.

Antigamente os índios viviam como no Paraíso: nus. Mas hoje, por causa da civilidade, quem estiver mal vestido todo mundo está vendo. Antes viviam livres e à vontade, hoje, para qualquer coisa que a pessoa faz tem outro dando opinião, discriminando. O pessoal fica olhando o defeito do outro.