A Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso-FEPOIMT, criada de fato em 1999. Nesse espaço de tempo, a partir da gestão da primeira presidente, Maria Helena Paresi, a Fepoimt vem colhendo importantes conquistas, como por exemplo, a indicação e nomeação pelo presidente da Funai, Márcio Lacerda, do conhecido líder indígena, o também Paresi Daniel Cabixi, como o primeiro indígena a assumir a administração da Funai de Tangará da Serra. Outro momento importante que a Fepoimt acompanhou pressionando as autoridades estaduais, municipais e federais, foi a luta pela conquista da terra para o povo Terena, que atualmente se encontra ao norte do Estado (MT). A Fepoimt também foi a responsável direto em provocar a retomada da discussão pelo retorno do povo Kaiabi, do xingu para sua terra de origem conhecida por Batelão, no Município de Tabaporã. Mas, a importância da atuação e presença da Fepoimt no Estado não se fez sentir apenas nos trabalhos acima elencados, já que foi a primeira organização indígena a buscar e conseguir em articulação com a coordenação regional da Unesco em Cuiabá, a Prefeitura Municipal da Capital e organizações não-governamentais indigenistas , abrir 10 (dez) vagas com bolsas integrais para estudantes indígenas, aprovados em vestibular na Universidade de Cuiabá, a Unic. Ao que tudo indica, era o desenho não muito claro do que viria a ser conhecido, dentro do governo federal, como programa de inclusão social para os índios, que no Mato Grosso, teve começo com as instituições privadas ou particulares de ensino superior.
    No início do ano 2000 isto representava uma conquista inédita e decisiva para jovens e estudantes indígenas que não tinham nenhuma perspectiva de continuar seus estudos fora da aldeia, uma vez que o acesso de índios ao ensino superior ainda não havia sido visto como política pública. Dessa forma e na condição de organização base da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, a Fepoimt foi abrindo espaços em universidades particulares como a ICEC, a Univag, Unicen,IVE, em favor dos povos indígenas de Mato Grosso, que ainda carecem de profissionais técnicos em vários setores, como a contabilidade, administração e agricultura, além de medicina, direito e em outras áreas essenciais. Dessa forma, a Fepoimt vem diagnosticando a situação de formação e de ensino superior indígena, no sentido de estruturar e fortalecer as associações indígenas das aldeias. Sob este aspecto podemos contabilizar 07(sete) estudantes indígenas formados pela Fepoimt, em parceria com a Unic, entre estes, a maioria trabalhando na aldeia com suas respectivas comunidades. É por isso e por outros motivos evidenciados acima que, nós da comissão da Fepoimt,conscientes da responsabilidade a nós atribuída pelas lideranças e caciques Xavantes,Kaiapós, Kaiabis como o Raoni, Aniceto , Agnelo e Makupá, é que estamos não apenas empenhados, mas efetivamente engajados para concretizar o sonho dessas lideranças e de outros que mais necessitam pela criação legal, de direito e de modo jurídico da Fepoimt , para fortalecer, garantir e ampliar as conquistas sociais, coletivas e inter-étnicas para todas as comunidades ou povos indígenas de Mato Grosso.
 
Por Estevão Carlos Taukane – Coordenador da Comissão