Mais uma vida se perde em Mato Grosso do Sul por conta do descaso, do racismo, do agronegócio, do capital.
É com muitos pesares e tristezas que damos mais uma noticia de falecimento de uma parenta que muito buscava um futuro digno de respeito para si e sua comunidade e por conta da violência baseada na ganância e na impunidade, a jovem teve seu futuro e sonhos interrompidos por um quadro vergonhoso e notório.
Já se passaram mais de dois meses exatamente 73 dias e até agora nada resolvido sobre a responsabilidade do atentado ao ônibus que transportava alunos indígenas da Terra Indígena Cachoeirinha no Município de Miranda, fato ocorrido no dia 3 de julho 2011.
Todos os povos indígenas de MS cobram com urgência os resultados das investigações que até agora não se vê nada a respeito, por que será? Porque somos índios? Não temos importância para o Estado?
Cadê a grande mídia de MS que tem o poder de cobrar e denunciar fatos de irresponsabilidade do grande Estado brasileiro, que através de denuncia não se resolve o caso mais da um alerta nos órgão responsável pelas investigações.
Espero que ainda tenhamos ajuda das mídias, dos veículos de comunicação que é considerado o 4º poder na nação brasileira, pois sua função é trabalhar em favor da sociedade e sempre se dizem serem os olhos da mesma.
Um fato como este deveria ser lembrado sempre igualmente quando ocorre com famosos, a exemplo o caso do ex-goleiro Bruno do flamengo entre vários que ficaram expostos ai por muito tempo até serem presos, o caso do atentado contra os estudantes indígenas não se trata de violências contra o ser humano?
Somos indígenas e acima de tudo somos serem humanos como qualquer cidadão independente de sua nacionalidade, merecemos respeito e dignidade,assim  buscamos apoio a quem nos reconhece como cidadãos e juntarmos forças e cobrar do poder publico o que por lei temos direitos e umas das maiores demandas dos povos indígenas de MS que é a Terra fator causador de muitas violências presenciada neste Estado contra estes Povos, para assim terem uma moradia e vida digna e sociável.
Segue abaixo moção de pesar e solidariedade escrita pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi/MS) que manifesta sua indignação pela morte de Ludersvoni Pires, de 28 anos, vítima do atentado ao ônibus na aldeia Cachoeirinha,. “Repudiamos esta omissão e descaso do Estado brasileiro, que gera, a cada dia mais e mais violência e agressão contra as vidas e os direitos constitucionais destes povos”, diz o texto.

QUE A PARENTE SIGA PELO CAMINHO DE LUZ GUIADO PELOS PASSAROS E BORBOLETAS ATÉ SUA ESTRELA NO MUNDO ONDE NÃO HÁ DOR E NEM SOFRIMENTO E NÓS CONTINUAMOS AQUI, NA LUTA, ENFRENTANDO O
FRIO, O CALOR, A FOME E A DOR, POR UM MUNDO SEM MALES, AQUI NESTE MUNDO.

CADA GUERREIRA E CADA GUERREIRO QUE SE FOI É NOSSO “ALIMENTO”, DE ONDE RETIRAMOS ENERGIA PARA SEGUIRMOS LUTANDO, ASSIM ESTÃO TODAS E TODOS PRESENTES.                                          Sassa tupinambá

MOÇÃO DE PESAR E SOLIDARIEDADE PELO FALECIMENTO DE LURDESVONI PIRES, DO POVO TERENA
DE CACHOEIRINHA.

“Não matarás o inocente nem o justo” (Ex 23,7).

O Conselho Indigenista Missionário, Regional Mato Grosso do Sul, vem publicamente manifestar o seu pesar e a sua solidariedade aos familiares de Lurdesvoni Pires, 28 anos, indígena Terena da terra indígena de Cachoeirinha, em Miranda, que faleceu na tarde de hoje vítima de graves ferimentos causados por queimaduras, após o atentado contra o ônibus escolar do povo Terena ocorrido no dia 03 de junho de 2011.

O ataque ocorreu dentro da terra indígena quando o ônibus retornava da escola para à aldeia. No ônibus estavam outros 30 alunos indígenas, que também sofreram queimaduras, bem como o motorista. A vítima encontrava-se internada na Santa Casa de Campo Grande e não resistiu aos ferimentos.

Manifestamos nossa indignação somada à dos parentes das vítimas neste momento de dor e sofrimento. Este lamentável fato ocorre logo após a realização de uma assembléia do povo Kaiowá e Guarani (Aty Guasu) em Dourados, onde estiveram lideranças do povo Terena de Cachoeirinha denunciando a omissão e demora na punição dos responsáveis pelo atentado, além de denunciar o Estado brasileiro por sua omissão e irresponsabilidade em não dar uma solução concreta para a demarcação de suas terras tradicionais. Realidade que motivou a agressão contra os estudantes Terena em uma verdadeira demonstração de ódio contra a vida e os direitos dos povos indígenas.

Repudiamos esta omissão e descaso do Estado brasileiro, que gera, a cada dia mais e mais violência e agressão contra as vidas e os direitos constitucionais destes povos.

Lurdesvoni é mais uma jovem vítima que teve seu futuro e sonhos interrompidos por um quadro vergonhoso e notório de violência baseada na ganancia e na impunidade tão incessantemente denunciada por diversas organizações de direitos humanos, nacionais e internacionais.

Consternados pedimos que a Polícia Federal conclua as investigações dos responsáveis pelo atentado e que os criminosos sejam processados e punidos no rigor da lei, como forma de mitigar o sofrimento das famílias das vítimas e de todo povo Terena de Mato grosso do Sul. E que o Ministério Público Federal acompanhe as investigações visando dar respostas efetivas para a comunidade Terena.

Carta
escrita em 23/08/2011.