O Curso de Parteiras Tradicionais e Aprendizes de Pankararu só foi possível após o dia 7 de março de 2006, onde parteiras e aprendizes tradicionais da etnia Pankararu com apoio de lideranças locais e da Associação Saúde Sem Limites – SSL junto a outros parceiros se reuniram para conversarem sobre formas de como se organizarem, resgatarem e valorizarem o trabalho das antigas parteiras de Pankararu. Foi o que aconteceu de 11 a 15 de setembro.Antigamente e ainda hoje muitas mulheres da comunidade preferem ter seus bebês em casa. No entanto elas são descriminadas nos serviços de saúde quando contam que tiveram ou que querem ter seus bebês com parteiras tradicionais.Muitas das parteiras tradicionais já morreram ou estão bem velhinhas e encontram muitas dificuldades para fazerem seu trabalho. Entre essas dificuldades encontra-se a falta de um registro de nascimento que seja aceito pelas instituições de saúde local assim como material básico suficiente para o atendimento.
No entanto já houve uma conquista: a presença de uma acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho de parto, no parto e no pós-parto imediato que é garantida pela Lei n¬ 11.108, Portaria GM/ MS n 2.418, de 2005, assim com a presença de acompanhante nos hospitais.
Na comunidade apenas uma parteira que é reconhecida pelas autoridades local, conhecida por nome de Dôra. Acreditamos que isso só foi possível porque a mesma é técnica em enfermagem.
Todos acreditam no trabalho das parteiras. Ser parteira é: ajudar um ser vivo vir ao mundo, é ter boa vontade, ter coragem de enfrentar tudo, ter dons que foram dados por Deus, é acompanhar a gestante até a hora do parto, ser paciente, estar atenta às complicações, compreendera dor do parto, acolher e respeitara mulher que está parindo.
No curso estavam presentes cerca de 29 mulheres entre parteiras e aprendizes, a faixa etária variava de 80 anos como a D. Dália, até os 20 anos como a Cléa; e uma cientista social da SSL, a Luzia.
Diversos trabalhos foram realizados e apresentados durante a semana, através de cartazes e desenhos as parteiras expressavam dúvidas e soluções para os problemas levantados.

No final do curso todas receberam kits de parteiras e um certificado. Estiveram presentes Lideranças Local Tradicionais, representante da FUNASA, do Fórum Distrital de Saúde e do Comitê Intertribal de Mulheres Indígenas-COIMI.

Luana Bárbara Pankararu
e-mail: barbarapankararu@yahoo.com.br
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