Como parte da programação do E14+, a exposição “Os Tupinambá de Kirimuré” será aberta às 19h, no foyer do Teatro Castro Alves. Organizada pela professora Maria Hilda Baqueiro Paraíso, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo e professora do departamento de História da Universidade Federal da Bahia, a exposição pretende sinalizar a presença indígena na área da Baía de Todos os Santos, por eles chamada de Kirimuré, nos séculos XVI e XVII.
“Através de recursos visuais e fotografias, a exposição vai identificar os locais onde os indígenas haviam construído suas aldeias, os espaços dos aldeamentos administrados por particulares e por jesuítas, apontar onde ocorreram as várias revoltas indígenas e os aldeamentos que compunham o sistema de defesa da Cidade do Salvador nesse período”, explica a doutora. “Queremos que a exposição revele o destino desses indígenas, a expropriação de seus territórios, suas formas de resistência e seu papel na edificação, defesa e desenvolvimento da capital da América Portuguesa”, completa Maria Hilda.
Documentário reflete os anseios dos povos indígenas da Bahia
Com direção geral de Walter da Silveira, um documentário de 52 minutos aborda as tradições culturais dos povos indígenas, através de entrevistas e imagens, que revelam mitos e lendas, crenças, pinturas e o ritual do Toré, entre outras manifestações que aconteceram durante o E14 – Encontro das Culturas dos 14 Povos Indígenas. A exibição terá início às 20h, na sala principal do Teatro Castro Alves.
Além de ser um documento audiovisual do Encontro, que contou com a participação de mulheres, jovens, pajé e lideranças das varias etnias, o documentário tem um tom político, ao tratar da questão da aldeia dos povos Tuxá, local onde foi realizado o evento. Há 20 anos, os Tuxá foram relocados da Ilha da Viúva, onde era localizada a sua aldeia, por conta da construção de uma usina hidrelétrica, aspecto também abordado no documentário.
A iniciativa de reunir esses povos indígenas – reconhecidos ou em processo de reconhecimento – partiu da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e a construção e realização do Encontro é o resultado de articulações da SECULT/Núcleo de Culturas Populares e Identitárias em parceria com as Secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Educação, Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda, Meio Ambiente, além da Funai – Fundação Nacional do Índio e suas representações estaduais, lideranças indígenas Pataxó, Kiriri e Tuxá, as Universidades Federal e Católica da Bahia, além da ANAI Associação Nacional de Apoio Indigenista.

DINAMAMTUXÁ