A juventude Guarani/Kaiowá da região da grande Dourados vivem numa posição de incerteza em relação ao futuro quando a formação, condições sociais e perspectiva de ter uma função digna na sociedade.
Na reserva Indígena Francisco Horta Barbosa (Dourados-MS), enfrentamos dificuldades financeiras para estudar, além do fluxo de bebidas alcoólicas, drogas, prostituição e influências culturais alheia as suas de origens. As conseqüências desses fatores são casamentos precoces, jovens drogados, alcoólatras, violências pelas aldeias e indivíduos ociosos sem perspectivas.

Uma das forte influências que transformaram os costumes indígenas são as músicas, pop, hip hop e seitas religiosas radicais que negam a cultura indígena. Em MS são mais de 40 mil G/K em aproximadamente 40 mil hectares de terras.
Os costumes ocidentais segregam tanto que os adolescentes acabam ficando a noite inteira ouvindo músicas ou nos cultos religiosos que no dia seguinte não tem condições de estudar ou trabalhar. Outros quando completam 15 e 16 anos vão para as usinas de álcool em busca de subemprego e recursos pra custeio próprio. As meninas casam muito cedo, algumas até com 12 anos de idade e tornam mães precoces e abandonam os estudos ou vão trabalhar de empregada domésticas nos centros urbanos.
O espaço físico é tão pequeno em que há um confinamento e gera um estresse coletivo, e algumas conseqüências são assassinatos, suicídios e violência entre a população.
É valido lembrar que o centro da cidade se encontra a menos de 7 Km das aldeias e a cidade de Itaporã se queda à cerca, facilitando assim para a maior vivência de “aldeia e cidade”. Viver em comunidade indígenas e comunidade ocidental é difícil e acima de tudo para os jovens, como encarar isso?
E então o que fazer para amenizar um pouco esses problemas sociais? A princípio a unidade das lideranças indígenas devem se fortalecer em suas raízes para que os jovens se sintam seguros e terem onde apoiar e achar a direção porque estão “sem direção”. Os professores e profissionais da saúde, ter vontade de trabalhar, compartilhar ser solidários e buscar norte para a comunidade, não omitir e nem ser conivente com o problemas que a comunidade sofre.
Por Dourados ser uma região do agronegócio é fácil encontrar na rua os não índios dizendo”SIM A PRODUÇÃO, NÃO A DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS”. Isso gera um preconceito tremendo contra nós, as crianças “brancas”, crescem alimentando essa visão dos povos originais. Nas universidades, ruas, comércios e outros fora da aldeia, isso é muito visível, Sem falar na mídia local que sempre da uma “mãozinha” aos agricultores. Eles não buscam nos conhecer apenas condenam.

Por ultimo os problemas sócio-educativos em que a comunidade passa, essas mudanças de globalização, consumo e vários. A comunidade tem que ter discernimento do que é bom ou nocivo, saber distinguir e o estado brasileiro deve alavancar ações concretas.

Kunha Rory Poty Hendy’ i

indy.ramires@gmail.com