Sou Pataxó
Sou Xavante e Cariri
Ianomâmi, sou Tupi.
Guarani, sou Carajá.
Sou Pankararu
Carijó, Tupinajé
Potiguar, sou Caeté.
Fulni-ô, Tupinambá.
Depois que os mares
Dividiram os continentes
Quis ver terras diferentes
Eu pensei, vou procurar
Um mundo novo,
Lá depois do horizonte
Levo a rede balançante
Pra no sol me espreguiçar
Me apronto pra me negar
E assustado
Dei um pulo lá da rede
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei vão me acabar.
Eu atraquei
Num porto muito seguro
Céu azul, paz e ar puro…
Botei as pernas pro ar
Logo sonhei
Que estava no paraíso
Onde nem era preciso
Dormir pra sonhar
Mas, de repente,
Me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa
Veio na praia atracar.
Da Grande-nau,
Um branco de barba escura
Vestindo uma armadura
Ma apontou pra me pegar
E assustado
Dei um pulo lá da rede
Pressenti a fome, a sede,
E pensei vão me acabar
Me levantei
De borduna já na mão
Aí senti no coração
O Brasil vai começar.

(Antônio Nóbrega e Wilson Freire )
Luana Bárbara Pankararu
e-mail: barbarapankararu@yahoo.com.br