As Mortalidades das crianças indígenas de MS, os Homicídios, os Suicídios, a Prostituição e o Alcoolismo nas aldeias indígenas têm ganhado repercussão no Brasil e até mesmo nas mídias internacionais.O número de assassinatos de índios Guarani e Caiuá neste ano em MS, registrados até agosto de 2007, chegou a 27, ou seja, quase o dobro do ano de 2006, quando ocorreram 14 homicídios nas aldeias. Além dos casos de assassinatos, há suicídios por enforcamento entre os Guarani e os Caiuá, sendo 21 neste ano até o mês de agosto de 2007. De 2001 a 2006, 285 índios se enforcaram, sendo que 60 deles tinham entre 10 e 14 anos de idade, 103 tinham de 15 a 19 anos e dois eram crianças de nove anos. Os dados da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que dá assistência médica aos índios, mostram ainda que neste ano a desnutrição esteve entre as causas da morte de 12 crianças Guarani e Caiuá menores de cinco anos.
Na região sul do Estado vivem, segundo a Funasa, 36.843 Guarani e Caiuá. O alcoolismo está diretamente relacionado com os assassinatos, de acordo com a Funasa, facões geralmente são usados nos crimes. Na maioria dos casos, os índios que matam ou são mortos estão bêbados. A Funasa contratou quatro psicólogos, sendo dois deles indígenas, para atender os Guarani e Caiuá em programas de combate ao alcoolismo. Uma outra preocupação do órgão é o uso de drogas e o alcoolismo que são apontados por antropólogos como causas dos suicídios. A bebida, segundo relato da Funasa, também leva pais indígenas a abandonar o cuidado com crianças desnutridas, levando à morte as crianças indígenas. Lideranças indígenas atribuem a desnutrição ao atraso na entrega de cestas básicas do Governo Federal.
Esses fatores, ou seja, esses problemas sociais nas comunidades indígenas têm um agente causador…Mas quem é????? Hoje o índio é visto como um bêbado ou como uma pessoa suja, que não tem valor por causa do alcoolismo…Mas quero deixar bem claro que o ALCOOL, o TABACO e as DROGAS não são produtos INDIGENAS, mas sim produtos feitos pelos NÃO-INDIOS, ou seja OS BRANCOS que ingerem, usam e até tiram vidas.
Diante dessa situação os INDIOS se tornam ociosos não porque eles querem, mas hoje o confinamento das terras indígenas tem causado esses problemas. A Funai (Fundação Nacional do Índio) mantém apenas quatro seguranças nas aldeias de Dourados, que abrigam 11.198 índios e onde ocorreram pelo menos 12 homicídios neste ano. A FALTA DE TERRA nas aldeias de Dourados é uma das causas desses problemas porque 11.198 índios vivem em apenas 3.500 hectares. Mesmo com essa situação, temos feito diferença para a Sociedade Brasileira, da qual somos também membros, e tido muitas vitórias.
Abrindo a cortina!!!!!! Alguns avanços e vitórias em nossas comunidades indígenas ficam obscuras, aparecendo só esse lado negativo do nosso Povo Indígena. Além disso, casos isolados de algumas etnias são generalizados para todos os povos indígenas. Não se pode esquecer que no Brasil existem cerca de 200 povos indígenas, com línguas, culturas e realidades totalmente diferentes entre si.
Atualmente aqui em MS, temos Índios PHD´S, Mestres, Graduados, Vereadores, Advogados, Psicólogos, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Administradores da Funai, que antes só estava na mão dos brancos. Também, hoje cerca de 500 índios estão nas Universidades (Publicas e Particulares), que brevemente serão capazes de ocupar espaços sociais com o não-indio, onde de forma justa exercerão sua cidadania junto à sociedade brasileira.
Em minha Comunidade, Aldeia Aldeinha de Anastácio/MS, temos 32 indígenas nas academias, temos 1 Escola Estadual Indígena com quase 500 alunos, onde 90% do Corpo Docente é Indígena. O mesmo acontece também nas aldeias de Dourados, Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti, Miranda, Nioaque, Sidrolândia, e outras onde estamos fazendo diferença através da Educação. Portanto, resta para nós jovens indígenas universitários, conscientizar nossa comunidade sobre a importância do estudo para o encaminhamento de soluções para nossos problemas, abrindo novas perspectivas para os jovens das comunidades indígenas através da Educação.

* André Luiz Ortiz(Tuka Terena)
Índio Terena, Acadêmico de Direito UCDB/CG,
morador da Aldeinha de Anastácio/MS.
e-mail:andre.ortiz-jus2008@hotmail.com