Há quinhentos e cinco anos atrás:
– (…) São todos canibais, uns animais irracionais!
Foram esses os termos usados pelos invasores para denominar os indígenas que aqui viviam.
E nestes cinco séculos carregamos nas costas e nas nossas cabeças, a idéia de somos tolos, preguiçosos e burros. Essa foi a maior herança que eles-os colonizadores deixaram em massacre aos nossos ancestrais.
Porém leiam o verdadeiro significado das palavras usadas pelos colonizadores:
TOLOS: termo usados pelos colonos, por não encontrar nos indígenas a ganância e a cobiça;
PREGUIÇOSOS: termo usado pelos colonos, porque os indígenas não queriam se submeter à escravidão;
BURROS: termo usados pelos colonos, para caracterizar a inocência dos indígenas.
Daí eu lhes pergunto:
– Nações como as nossas ricas em cultura, crenças, artes, ciências, dialetos; é feita por animais irracionais?
È lastimável, mas muitos índios se auto-afirmam como: Burros que não aprendem!
Caros parentes, quiseram e querem que os nossos olhos sejam fechados, que a nossa boca se cale com um grito de luta preso na garganta e que os nossos pés sejam cessados.
Hoje, alegam que “índio instruído não é índio”. Sinto vontade de chorar ao ouvir expressões como essa. A mesma sim, vêm de pessoas ignorantes.
Nós, povos indígenas, estamos vivendo um momento histórico na nossa CAPACIDADE EDUCACIONAL. Lutamos por uma educação diferenciada, por vagas nas universidades, por empregos e políticas publicas indiginistas.
Portanto, meus parentes e patrícios a única e verdadeira auto-afirmação para os povos indígenas do Brasil é:
– Somos cidadãos brasileiros, inteligentes, dignos de inclusão social, de direito e respeito pela nossa cultura diferenciada.
(…)Quinhentos e cinco anos depois…

Burros? (…) Certamente que não!
NITA TUXÁ