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BATIMENTO DO FEIJÃO

Quando chega a época da colheita do feijão de arranca, no mês de julho, os agricultores Kariri-Xocó, vai para as roças fazer o terreiro, lugar onde será feito o trabalho de mutirão, arrancando feijão. O dono da roça convida os amigos de campo, agricultores vizinhos de aceiros, avisando com antecedência, que com três dias vai haver o” Batimento de Feijão”. Ele arruma comida para a panelada, feijoada, com toucinho de porco, língua de boi, tripa, bofe e passarinha, para dar força nos braços. Também leva cachaça, para animar os homens, no dia marcado do batimento, vem chegando cada um com cacete de lado, e perguntam que hora vamos começar, o dono do serviço logo responde : “ começamos já , vamos tomar café, para esquentar o bucho” . O terreiro estar com uma ruma de feijão, forma as pareias, tipo um quadrado, cada pessoa bate o cacete na palha, debulhando o feijão, o outro bate em seguida, de mo seqüenciado, de forma sem intervalo. O feijão batido é ensacado, a palha colocada de lado, entra outro quarteto de homens, para descançar o primeiro grupo, que agora vam beber água, outros fumar cachimbo de pau, com fumo de rolo. O Batimento de feijão de arranca , é um trabalho muito animado, tem cantos de batalhão, como no tapamento da casa de taipa. Após o batimento os trabalhadores vai comer a feijoada, debaixo do juazeiro verde , quando tudo termina, o dono da roça agradece a todos que trabalharam, promete também participar, do Batimento de Feijão, do agricultor que chamar, fica devendo obrigação, em retribuir o que recebeu , a energia da coletividade. Nhenety Kariri-Xocó.