Por: Vilma Almendra

A semana passada alguns indígenas Tupinambá reuniram-se em Santana para analisar as mentiras que as mídias estão divulgando sobre as retomadas que eles reiniciaram no marco da Auto-demarcaçao da terra Tupinambá. Ação que se vieram obrigados a executar, pela protelação de um governo que nega seus direitos. Por isso, cansados de esperar uma demarcação incerta, há um mês estão retomando legitimamente seu território.

Alguns dos jovens participantes da Oca Digital procuraram as matérias em internet e as levaram para compartilhar em Santana. “Nós queremos ler as informações que as mídias estão passando em contra do povo Tupinambá, para que vocês conheçam e falem o que pensam disso”, explicaram ao inicio da reunião. Além das matérias mentirosas, também apresentaram algumas matérias que sim foram respeitosas da palavra dos Tupinambá. Os participantes agradeceram os esforços de quem falou um pouco da sua realidade e rechaçaram as mentiras.

Os jovens leram algumas matérias evidentemente feitas como o patrocínio dos fazendeiros, porque não é um trabalho do jornalismo serio, senão matérias que só descrevem mentiras, calúnias e absurdos contra o povo Tupinambá. As mídias dizem que as retomadas são feitas com violência e que eles roubam todo, mas se só perguntassem aos vigilantes das fazendas como aconteceram as ocupações, poderiam conhecer a realidade. Se eles pesquisaram para falar a verdade, hoje a sociedade saberia que as retomadas foram baseadas pelas conversações e a colaboração dos Tupinambá, para que os vigilantes levassem todas suas pertencias.

É terrível a discriminação e a criminalização contra os irmãos Tupinambá, mas não e novo esse tratamento das mídias. Assim mesmo acontece em todo o continente, agora especialmente em Colômbia e em Chile, onde os governos com seus homens armados atacam as lutas legítimas dos povos, as mídias, só falam mentiras para promover mais ódio e racismo contra os indígenas. Porém, o preconceito e criminalização contra os Tupinambá é pior, porque até tem a desfaçatez de fechar um aeroporto para protestar pelas ocupações legítimas dos indígenas, em vez de pressionar ao governo para que demarque o território Tupinambá, assente aos trabalhadores rurais e os indemnize aos supostos donos das fazendas.

“Nós nao temos as posibilidades de chegar as mídias para que falem nossa realidade. Quando falam de nós dizem que somos delincuentes. Quando nos escutam, cortam nossa fala o mudam todo”, diz uns dos Tupinambá participantes que como muitos outros, já sofreu o “trabalho” das mídias em Brasil. Outra coisa que eles não aceitam é que continuen refiriéndose a eles como supuestos índios, pois não concibem que a ideia de índio que as midias promovem, seja só do índio que fica nu e só vive da caça e da pesca. “Como viver agora só da caça e da pesca se os não índios que chegaram a nossa terras seguem matando nossa floresta?”, expresa um Tupinambá, muito preocupado pela exploracao e morte da Mãe Terra a mãos dos monocultvos dos fazendeiros alinhados as transnacionais. “Eles tiram as madeiras, desmatan e secam a água. Como nós poderíamos viver da caça e da pesca?”, segue-se preguntando o povo Tupinambá, cansado do preconceito e da criminalizaçao.