Despertando a consciência indígena…
Nós vivemos numa comunidade, participamos de seus eventos locais, deixamos nossa marca na tribo, somos reconhecidos na aldeia pelo o que fazemos no coletivo.
Visando este lado indígena, de sociedade, comunidade, vida em grupo, o que nos interessa é a pessoa coletiva, o individuo agindo, assumindo sua função no seio da população a qual pertence.

Para formar nossa “Biblioteca da Pessoa Livro Vivo da Memória”, é bom registrar em escritos, CDs, filmes e outras tecnologias o que a pessoa tem de índio coletivo. Porque se cada pessoa interessar-se pelo seu lado egoísta, ameaçaria a vida como povo. O “Índio Gigante” morreria, ele é nos coletivo. A memória é tudo que temos de lembrança da tribo: Tradição; Ritos, aquilo adquirido ao longo de todo o tempo de nossa existência como povo. Em etapas organizadas em gerações, fatos, histórias, pessoas, locais dos eventos, legados, marcas culturais dos heróis do passado. Fatos que mudaram a estrutura social da população, as pessoas que se destacaram em cada época, os anônimos que não foram citados pela história local. Os melhores e os piores, assim é constituída nossa memória, do passado e do presente.
Temos os contadores de histórias reais e também os contadores de mentiras, todos são parte da memória viva.

Nhenety Kariri-Xocó.