No Oeste da Bahia, na cidade do Muquém do São Francisco, uma mulher guerreira e destemida ,comanda um grupo que se desmembrou da sua terra de origem depois de passar por vários conflitos internos com os Kiriri de Ribeira do Pombal. A coragem de um grupo em buscar novas terras e realizar sonhos comuns, tem com protagonista Maria Kiriri uma mulher guerreira sinônimo de luta, resistência e amor ao seu povo.

Maria Kiriri, na selva de pedra uma mulher cacique dá uma lição de vida e de luta coletiva.
Maria Kiriri, na selva de pedra uma mulher cacique dá uma lição de vida e de luta coletiva.

Maria Kiriri começou sua missão enquanto cacique no ano de 1989, em um momento de extrema tensão, medo e luta do seu povo, pois a situação na comunidade era de extrema necessidade. Na ocasião os problemas deveriam ser corrigidos o mais rápido possível, pois mais de 50 famílias que a acompanharam em busca de uma vida nova, temiam não encontrar no Oeste da Bahia uma terra promissora e amiga do grupo.

As margens do Rio São Francisco, Maria Kiriri plantou a esperança e a semente do seu grupo no início muitas dificuldades,  foram combatidas pela cacique em parceria com a comunidade e com o apoio de amigos, de parceiros do poder público, do movimento indígena, da FUNAI, FUNASA, e do prefeito da cidade do Muquém do São Francisco. Maria, por entender de política e dos seus direitos, é conhecida como uma articuladora que não dá viajem perdida, e nas suas andanças pelo mundo ela vai de encontro a projetos que venham a beneficiar o desenvolvimento da sua comunidade.

Atualmente, no Oeste da Bahia a comunidade Kiriri do Muquém do São Francisco é considerada a mais influente por sofrer mudanças freqüentes em sua estrutura, a construção de benfeitorias realizadas pela prefeitura e pelos órgãos competentes do governo na comunidade tem transformado para melhor a vida desse grupo. A escola com estrutura e ensino de qualidade tem o apoio de um infocentro de primeiro mundo com mais de 20 computadores, projetos de construção de casas em fase de execução, posto de saúde, assistência aos pescadores e agricultores da aldeia dentre outros são conquistas que foram orquestradas pela mãe mais admirada no Oeste da Bahia. Maria Kiriri é do tipo que além de comandar o grupo, estuda na escola pensada e gerenciada por ela a fim de obter o ensino médio. Mãe de mais de 200 indígenas que sonham em viver com seus direitos garantidos, Maria é destemida, é uma mulher respeitada por índios e não índios, que sai pelo mundo com os projetos pensado pelo grupo, e que dificilmente perde uma briga quando nela está em jogo o futuro do seu povo.

Maria a mãe de mais 200 indígenas é sinônimo de esperança, amor e realizações.
Maria a mãe de mais de 200 indígenas é sinônimo de esperança, amor e realizações.

É com esse grande exemplo que aqui fica a nossa homenagem a todas as mães indígenas, que sendo cacique ou não, estão lutando para acabar com o preconceito, com as injustiças, com a violência contras as mulheres e crianças indígenas, com o alcoolismo nas aldeias, com a violação dos direitos dos indígenas, com a mídia capitalista que está atacando brutalmente a imagem e história dos povos indígenas no Brasil.São essas mulheres que queremos no movimento indígena, seres humanos fortes que saem em busca de melhorias para o coletivo, que disseminam o verdadeiro sentido de ser indígena e mulher, a fim de levar a paz, o amor, a solidariedade e a preservação do nosso planeta terra.

Jandair – Tuxá.

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91988479.