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Há dez anos os Tupinambá, povo indígena que habita o sul da Bahia, aguardam que o governo brasileiro conclua a demarcação do território que tradicionalmente habitam. Por lutar por sua terra, eles têm enfrentado um intenso processo de criminalização. Várias lideranças foram ilegalmente encarceradas; cinco indígenas foram torturados por agentes da Polícia Federal com choques elétricos; e um indígena teve a perna amputada após ser alvejado por um policial a paisana. Os Tupinambá têm sido alvo também da violência de fazendeiros e outros indivíduos e grupos contrários à demarcação.

Para dar visibilidade ao conflito e contribuir para pressionar o Estado brasileiro para que conclua, com urgência, o processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, garantindo os direitos de índios e não índios, está em produção um documentário de curta-metragem sobre a luta do povo Tupinambá.

Reunindo depoimentos de indígenas e sequências gravadas em maio de 2014 na aldeia Serra do Padeiro, no interior da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, assim como imagens de arquivo, o documentário focalizará a disputa fundiária em curso, recuperando elementos da história de expropriação e resistência dos Tupinambá, que se entrelaça ao avanço da fronteira agrícola, a partir do final do século 19, e à ascensão dos coronéis de cacau.

Agora, falta concluir o processo de edição, para que o filme possa ser exibido na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, inscrito em festivais, enviado a canais de televisão, e disponibilizado na internet. Para concretizar o projeto, está no ar uma campanha de financiamento coletivo. Quem quiser participar do projeto, pode doar qualquer valor a partir de 10 reais, aqui: http://catarse.me/pt/tupinamba.

Por: Daniela Fernandes Alarcon, Fernanda Ligabue