A Polícia Militar do Estado da Bahia designada para “fazer a segurança” no Território Tupinambá de Olivença desde Julho, vem nos aterrorizando. Vem humilhando a todos nós com abordagens truculentas com evidente abuso de autoridade. Estes policiais pertencem ao 15º Batalhão e à Companhia Independente de Policiamento Especializado/Cacaueira.

São muitos os relatos das violências cometidas por estes policias. Ninguém escapa. Velhos, adultos, jovens e até crianças estão sendo abordadas e humilhadas.

Na tarde de ontem (dia 28/08) um indígena trabalhador, honesto, pai de família foi humilhado por policiais que o chamaram de vagabundo, jogaram seus documentos no chão e ainda o agrediram colocando seu braço para traz… SEU CRIME? Ter nascido indígena. Vejam seu depoimento:

 

      Lamentamos muito por FORMAÇÕES PROFISSIONAIS, que poderiam nos resguardar, mais INFELIZMENTE a questão da FORMAÇÃO PODEROSA, nos deixa muito a desejar. Onde são usada (os) de má fé por profissionais que se dizem capacitados, usando de seus dois tipos de armas (ARMA MATERIAL, ARMA PODER), casos estes visto mundialmente por todos que usam algum tipo de comunicação.
Informo que é de pleno conhecimento aos conhecedores da Lei que é de suma e importância as abordagens e “blits” rotineiras para aqueles que são considerados suspeitos, desde que tal abordagem seja feita de forma pacífica e profissional. Relato a seguir mais um dos problemas causados por estes TIPOS DE PROFISSIONAIS.
POLICIAIS MILITARES estão causando pânico a moradores de comunidades da Zona Sul de Ilhéus (Olivença, Águas de Olivença Jairy, Acuípe do Meio I e II e adjacências) usando e abusando dos seus poderes e principalmente quando o abordado fala que é INDIO. Como na maioria das vezes os abordados são órfão da Lei, os PROFISSIONAIS usam e abusam DA AUTORIDADE. Este é um relato de um morador muito INDIGNADO com tal situação, onde os mesmos em abordagens no último dia 28/08 (quinta-feira) nas proximidades da ALDEIA ITAPUÃ, em frente ao Condomínio Águas de Olivença por volta das 16:25 h (dezesseis horas e vinte e vinte e cinco minutos), ao retornar de resolver alguns problemas no centro de Ilhéus. “Me abordaram gritando comigo e apontando a arma de alto calibre para minha cabeça, chutando as minhas pernas e puxando o meu braço bem para trás das costas como se fosse quebrar, que após a abordagem os dedos da mão e as pernas ficaram quase com hematomas, me encontrava com documentos pessoais dentro de agenda: Carteira de Habilitação, carteira de estudante, comprovante de matrícula do IFBA, comprovante de recebimento de salário da empresa que trabalho, além de adversos outros mais. Fizeram com que esparramasse todos os documentos em cima do capô do carro explicando para eles o que eu estaria fazendo no centro, além de estar com dinheiro (papel e moedas) no bolso, querendo o mesmo que eu falasse a quantia exata que eu estaria portando no momento, como não falei o mesmo falou que eu estava mentindo e enganando eles, chegando até me falar o seguinte! “NÃO É ESSES DOCUMENTOS QUE VAI MOSTRAR SE VOCÊ É VAGABUNDO OU NÃO!!”. E não dando oportunidade para que fizesse qualquer movimento, com o corpo, permanecendo o tempo todo em forma de ABORDAGEM. A primeira pergunta que me fizeram é se eu era índio, como eu estava com o alargador na orelha e falei que morava na Aldeia os mesmos de forma bastante agressiva começaram a me fazer perguntas, pedindo para que eu não olhasse para eles e permanecesse de cabeça baixa. Ao acabar todo o serviço de abordagens EXCELENTE, os mesmos falaram o seguinte:” Vá embora sem olhar pra trás!”. E mesmo assim ao sair CONSTRANGIDO do local, conseguir anotar o número de série de uma das viaturas, R-30211”. O que bastante me impressiona é que pessoas de bens, pais de famílias crianças transitam a todo momento por aquela área (fundo da uma aldeia indígena), e nem a esses tipos de cidadão cabe ao direito de IR e VIR livre como relata a CONSTITUIÇÃO FEDERAL. As comunidades pedem com URGÊNCIA que providencias seja tomada e que seja exercido com profissionalismo um trabalho que já está se tornando “REIXA” dos profissionais da Policia Militar com a COMUNIDADE INDÍGENA. Informamos que também somos cidadãos e sobretudo conhecedores da Lei, não nos cabe sermos torturados dentro de uma área que nos pertence, e que poderíamos estar a todo momento tranquilo, sem passar constrangimento. Atenção aos órgãos competentes: POLÍCIA FEDERAL, FUNAI, MINISTÉRIO PUBLICO FEDERAL, e etc, imploramos se possível, chega de ficar de “boca calada” e achar que o que estar acontecendo tá bom. ” POLÍCIA É PARA FAZER A SEGURANÇA DE UMA SOCIEDADE E NÃO FAZER DELA DEMONSTRAÇÃO DE SERVIÇO, ONDE AS PESSOAS QUE ESTÃO DEVENDO SE ENCONTRAM BEM LONGE E SORRINDO ATOA DE UM TEXTO COMO ESSE!”

 

Diariamente neste mesmo local – entrada que dá acesso à Aldeia Itapoã e outras Comunidades Indígenas – estes policiais tem feito barreira, aterrorizado e ameaçando somente os indígenas que passam… não indígenas tem acesso livre. O simples fato de sermos indígenas já nos condena à bandidagem.

 

Eu ouvi pessoalmente os relatos de não indígenas que passaram minutos depois do meu parente ser agredido e o mesmo dizer que os policiais perguntaram se ele era indígena e que após dizer que não foi liberado sem nenhum tipo de abordagem. Fica evidente que a Polícia está agindo de forma preconceituosa e perseguidora abusando de sua autoridade.

 

Já comunicamos o ocorrido à Funai, para que acione os órgãos competentes, para que as devidas providencias sejam tomadas.

 

Pedimos o apoio de todos para acionarmos os organismos de defesa de Direitos Humanos. Pedimos socorro… Clamamos por Justiça!!