A Saúde Indígena em São Paulo

por Emerson Guarani em 03/02/2010 SP

Carta-relatório e Convite para o Encontro de 28/02/2010

ENCONTRO DE ARTICULAÇÃO DAS LIDERANÇAS INDÍGENAS DE SÃO PAULO

No dia 06 de dezembro pudemos ouvir as diversas lideranças indígenas em nosso ultimo encontro do ano de 2009, no Ceci da Aldeia Tekoá Pyaú do Pico do Jaraguá. Neste dia, assim como em anos anteriores foi realizada uma ultima reunião com a presença dos povos que vivem na cidade de São Paulo e região metropolitana, para discutir a atual situação da saúde e a atuação da FUNASA.
Neste dia estiveram presentes as lideranças das etnias Guarani Mbyá, Guarani Nhandeva, Pankararé, Fulni-ô, Xucuru e Potiguara, além de representantes de grupos de apoio, como Conselho Indigenista de São Paulo-Cimi, Pastoral Indigenista, e Pastoral da Criança, quando se buscou mapear a real situação da saúde Indígena em São Paulo.
Embora esperássemos que notícias melhores viessem, novamente recebemos de todas as lideranças presentes notícias de descaso, falta de compromisso, de atendimento precário, da falta de remédios, de propostas que são encaminhadas sem o consentimento das comunidades,  de consultas que tardam e, infelizmente, a notícia da morte de seis crianças da comunidade Guarani Mbyá das aldeias do Jaraguá-SP.
Diversos foram os discursos, mas a unanimidade foi perceber o quanto esta instituição Funasa não possui uma política que esteja em sintonia com a vida dos povos indígenas de nossa cidade. Sem contar às promessas que dificilmente são cumpridas junto às diversas etnias que aqui “vivem e convivem” assim como a falta de clareza de suas propostas.
A Funasa, órgão que foi criado para possibilitar o acesso à saúde, nada mais é do que uma grande máquina burocrática, e em diversas partes o descaso é a sua marca. Uma marca manchada de sangue que se espalha por todas as partes do país. Nós que buscamos “um atendimento diferenciado e garantido por lei, encontramos descaso e um mar de lágrimas que se espalham por diversas partes do Brasil”.
Um dos pontos que ficou muito claro é que esta triste situação da comunidade Guarani do Jaraguá é conseqüência da falta de terra. As péssimas condições de higiene e saneamento, devido à grande quantidade de pessoas morando numa área tão pequena, num total de cerca de 400 pessoas, exigem uma urgente solução.
Faz mais de cinco anos que a comunidade Guarani está tentando a transferência para uma outra área no município de Mairiporã, através da compra de terra com recursos que vieram do Rodoanel Trecho Sul. Mas as negociações pararam, pois segundo as informações que nos foram repassadas, a área será transformada em Parque Estadual. Fomos informados que o Setor 2 da aldeia  do Jaraguá poderá ser transformada em Terra Indígena. Mas esta situação precisa  ser oficialmente reconhecida para que as benfeitorias possam ser realizadas.
Por isso, no final da reunião, foi proposto um Encontro com representantes do Ministério Público Federal, com a Defensoria do Estado de São Paulo, com a Funai, Funasa e com entidades que estão comprometidos com a causa indígena em São Paulo para discutir em conjunto não somente a questão da saúde indígena em São Paulo mas, sobretudo, pressionar a Funai  para que se concretize a transferência de parte da comunidade para uma nova área e que agilize a demarcação do setor 2.

Assim contamos com sua presença para esta importante reunião.

Local: Ceci da Aldeia Tekoá Pyaú do Pico do Jaraguá
Data: 28 de fevereiro, domingo, 9 horas

São Paulo 03 de Janeiro de 2010.

Equipe de Coordenação da Comissão de Articulação Indígena de São Paulo

Emerson Guarani, Josimar Potiguara, Renato Pankararé, Antonio Xucuru, Egina,  Magna e João Kaimbé

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Cimi SP e Pastoral Indigenista

Obs.: Pedimos gentileza confirmar a presença através do seguinte contato: emersonindigenista@yahoo.com.br

mais em: www.tvindigena.ning.com