Hoje dia 19 é o dia em que o Brasil homenageia o índio, entretanto temos pouco a comemorar e muito para refletir, e dentre essas reflexões está o nosso olhar a favor das mulheres indígenas, sábias e guerreiras que estão em todos os espaços e momentos em que a vida dos índios, se esbarra com as barreiras montadas pelos nossos colonizadores, que há mais de cinco séculos tentam nos eliminar. Somos julgados como os culpados pelo atraso na economia nacional, somos os responsáveis pelo retrocesso desse país, desigual que desconhece o protagonismo dos indígenas primeiros e únicos donos das terras brasileiras e da cultura original dos brasileiros.
Um dos mecanismos de destruição utilizados pelos invasores falhou, ou seja, a construção e idealização da imagem do indígena como selvagem, tosco, improdutivo, incapaz de provocar mudanças, dentre outros. Essas falsas idéias sobre os indígenas não deram muito certo, já que a realidade que está aí, desconstrói tudo o que se pretendeu para os indígenas basta ver o quanto avançamos, progredimos e criamos mecanismos de defesa.Por muito tempo os indígenas foram perseguidos de forma brutal por essas ideologias que tentaram nos diminuir, sofremos brutalmente o preconceito e a exclusão, mas diante de tantas dificuldades uma figura deve ser homenageada, nossas mulheres, sábias guerreiras, guardiãs de saberes, costumes e tradições milenares.
As mulheres indígenas são belas porque, sustentam a raiz da vida, propagam a harmonia, a simplicidade e o trabalho coletivo, revitalizam nosso corpo, mente espírito, formas, movimentos e significados, intensificam o saber, o cantar, o falar e o lutar, potencializam sabores, cheiros e desejos vitais no seu meio familiar e bioma. E nessa sintonia com o cosmos, o “amor” que as mulheres indígenas carregam é essencial para a sobrevivência do coletivo e das especificidades do grupo.
A interface entre mulheres, homens, crianças, idosos e jovens gera uma corrente tão forte que torna todos esses elementos essenciais para a manutenção da vida dos indígenas e superação de desafios, que só quem vive, sabe o quanto a vida no contexto de uma comunidade indígena é diferente de tudo que o mundo não indígena pode apresentar para o ser humano. Mesmo porque, nossas sábias guerreiras estão cada vez mais presentes gerando e despertando a esperança de dias melhores para todos e todas, a sua volta.
É por essas e outras que a nossa luta vai continuar, pois a única coisa que queremos e ser respeitados… e felizes.
Jandair-Tuxá.
jandairribeiro@hotmail.com